“Estamos muito contentes por termos vencido este título europeu, mas já estamos focados no Mundial, daqui a três semanas. Foi mais um passo. Obviamente, foi excelente e estamos mesmo muito felizes por ver a bandeira portuguesa no lugar mais alto do pódio e termos cantado o hino, mas o objetivo é outro. Queremos mesmo ser campeões do mundo e é para isso que já estamos a trabalhar”, assumiu Afonso Costa.
No domingo, a dupla lusa atingiu a final desta disciplina com estreia olímpica em Los Angeles-2028, vencendo em 2.26,66 minutos, superando os alemães Franz Werner e Sophie Leupold, por 4,31 segundos.
Nos quartos de final, o olímpico Afonso Costa e Patricia Batista tinham batido a formação espanhola Adrian Miramon/Nadia Garcia, por 6,42 segundos, e nas meias-finais foram mais lestos do que os lituanos Dominykas Jancionis e Martyna Kazlauskaite, campeões do mundo em título, por 9,69 segundos.
“Pode ter parecido fácil, mas tivemos muito trabalho ao longo da época, com muitas competições e treinos duros, e na qual fomos evoluindo sempre. Neste campeonato foi igual, melhorando ao corrigir sempre os erros, para continuarmos na liderança”, acrescentou Patrícia Batista.
Para o Mundial, de 06 a 09 de novembro, no mesmo local na Turquia, devido à desistência do Rio de Janeiro, a remadora assume que a Nova Zelândia, a China e os Estados Unidos têm valor para contestar a tradicional hegemonia europeia.
Olímpico em Tóquio-2020, na pista, juntamente com Pedro Fraga, Afonso Costa assume que “obviamente o grande objetivo a longo prazo” é a qualificação para Los Angeles-2028, considerando que este ouro europeu reforça a “confiança” da dupla.
“Temos o Mundial e depois a próxima época… O primeiro passo é apurar para os Jogos Olímpicos. O sonho está lá, mas queremos ter sempre os pés na terra e trabalhar com consistência e seriedade. Qualificando-nos para os Jogos, aí sim, sonhar bem mais alto”, vincou Afonso Costa.
O remador português recorda que já cumpriu a ilusão de ser atleta olímpico, pelo que, agora, “o sonho é algo bem mais gratificante”.
Quanto ao segredo para vingar na elite do remo de mar, destacou o “treinar muito duro e dedicação a tempo inteiro”, numa disciplina com mais variáveis do que na pista, nomeadamente do vento, ondas e corrida.
Nos Jogos Olímpicos Los Angeles-2028, o remo de mar (beach sprint) sucede ao double-scull pesos ligeiros de pista, que terminou em Paris-2024.
Cada eliminatória junta dois remadores que partem da areia da praia rumo ao barco, com o qual cumprem um trajeto de 250 metros no mar até uma boia, que contornam, para cumprir a mesma distância no regresso, antes de deixar a embarcação e correr para a meta.