Na primavera passada, o organismo de vigilância do desporto foi fortemente criticado por ter permitido que nadadores que testaram positivo para a trimetazidina competissem nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021.
A agência sediada em Montreal aceitou a explicação das autoridades chinesas de que os 23 atletas tinham consumido alimentos contaminados num hotel.
Banka insiste que o caso está "definitivamente" encerrado, uma vez que um relatório independente concluiu que "não houve parcialidade em relação à China. Não houve qualquer irregularidade da nossa parte", acrescentou.
Banka acusou os funcionários norte-americanos que levantaram essas preocupações de politizarem o caso e de fazerem "ataques muito injustos e difamatórios à WADA".
Apesar de as tensões terem diminuído, Banka admite que as relações com a Agência Antidopagem dos EUA continuam a ser "bastante difíceis", sublinhando que "uma parte interessada não pode impor a sua visão de como o sistema deve funcionar".
"Quer se goste ou não, a AMA é o organismo responsável pelo sistema antidopagem no mundo", afirmou.
Os Estados Unidos, quando acolherem os Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028 e os Jogos de inverno de Salt Lake City em 2034, "terão de trabalhar connosco", acrescentou.
O Comité Olímpico Internacional (COI) incluiu uma cláusula de rescisão no contrato de organização dos Jogos Olímpicos de Salt Lake City, que poderia retirar os Jogos se a "autoridade suprema" da AMA não fosse respeitada.
Transparência
A outra polémica que abalou o mundo do desporto este ano girou em torno da questão da transparência.
Muitos criticaram a Agência Internacional para a Integridade do Ténis (ITIA) por ter revelado tardiamente os resultados positivos de Jannik Sinner, número um do ranking ATP, para o anabolizante clostebol, por duas vezes, em março deste ano, bem como os de Iga Swiatek, número dois mundial, para a trimetazidina, em agosto, mas só anunciados em novembro.
O diretor-geral da AMA, Olivier Niggli, afirmou que estes casos evidenciam as prioridades concorrentes entre "a proteção da reputação de um atleta e a necessidade ou expectativa de transparência do público em geral. Onde é que traçamos a linha?".
Referindo-se ao caso Sinner, Niggli também acredita que o mundo do desporto precisa de avaliar a supervisão dos ambientes dos atletas.
"Temos muitos pedidos para reforçar as consequências para o ambiente" e para implementar "uma verdadeira supervisão destas pessoas", acrescentou.
Foi a questão da responsabilidade do atleta em relação ao seu ambiente que levou a AMA a recorrer ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), um mês depois de uma decisão preliminar ter ilibado amplamente o tenista italiano.
"O nosso recurso não pretende contestar o cenário apresentado pelo atleta", ou seja, que a droga entrou no seu sistema quando o seu fisioterapeuta utilizou um spray que continha a droga para tratar um corte, tendo depois feito massagens e terapia desportiva.
"A nossa posição é que o atleta continua a ter uma responsabilidade para com as pessoas que o rodeiam", disse Niggli à AFP. "Por isso, este é o ponto legal que será debatido" perante o TAS no próximo ano.