“O Rali de Marrocos terminou mais cedo para nós. Ontem (quinta-feira), na quarta etapa voltámos a ter contratempos e não conseguimos terminar. Não conseguimos, como chegámos a ambicionar, alcançar mais um bom resultado em Marrocos”, começou hoje Alexandre Pinto, que, assim, se juntou ao seu co-piloto Bernardo Oliveira, que já tinha conquistado o título de navegadores na prova anterior, em Portugal.
A tarefa de Alexandre Pinto tornou-se mais facilitada com a ausência do seu principal adversário, o italiano Enrico Gaspari (BRP).
“Com o título mundial já conquistado queríamos agora perceber, tendo como objetivo o próximo Dakar, qual seria o nosso ritmo ao lado de alguns novos carros que estão muito competitivos e percebemos que o ritmo estava lá. Tivemos a possibilidade de andar na frente, mas deparámo-nos com alguns contratempos que nos atrasaram. Hoje, viemos como espetadores até ao Erg Chebi, para ver passar os outros concorrentes e dar algum apoio principalmente aos nossos compatriotas”, concluiu Alexandre Pinto, que se tornou no primeiro piloto português a conquistar um título mundial nas quatro rodas.
Paulo Gonçalves, em 2013, e Hélder Rodrigues, em 2011, já tinham sido campeões, mas nas motas.
A prova marroquina foi ganha pelo francês Sébastien Ogier (Dácia) mas o segundo lugar permitiu ao brasileiro Lucas Moraes (Toyota) conquistar o título de campeão mundial. O brasileiro, que tinha vencido a prova portuguesa contra as ordens da própria equipa, terminou a 5.43 minutos do vencedor, com o espanhol Nani Roma (Ford) na terceira posição, a 6.15.
O português João Ferreira (Toyota) falhou um lugar no pódio por apenas quatro segundos, terminando a 6.19 minutos de Loeb.
Ainda nas quatro rodas mas na categoria Challenger, Pedro Gonçalves e Hugo Magalhães (BBR) terminaram na quinta posição.
Nos SSV, Hélder Rodrigues e Gonçalo Reis (Santag) foram quartos classificados.
Nas motas, a última etapa ficou marcada pela morte do piloto português Jorge Brandão (Ord Friends), de 46 anos.
"Hoje, dia 17 de outubro, durante a quinta etapa do Rali de Marrocos, que percorre Erfoud em circuito, o motociclista Jorge Brandão, que participava na prova pela segunda vez, sofreu uma queda nas dunas ao quilómetro 214", explicaram os organizadores, em comunicado.
Brandão, da equipa Old Friends Rally, "foi rapidamente assistido pelos médicos e transportado de helicóptero para o hospital em Erfoud, onde morreu às 13:55”. O empresário português já tinha disputado o Rali Dakar deste ano, como navegador do espanhol Carlos Vento num veículo ligeiro. Agora preparava o regresso ao Dakar, em 2026, mas em motos.
Bruno Santos (Husqvarna) foi o melhor português, na 26.ª posição. Já Martin Ventura (Honda) foi o terceiro na classe Rally 2 nesta última semana, 28.ª da geral.
O australiano Daniel Sanders (KTM) já tinha conquistado o título na ronda anterior, em Portugal. A prova marroquina foi ganha pelo espanhol Tosha Schareina, da Honda, equipa gerida pelo português Ruben Faria.