Atualmente no Ararat, na Arménia, o jogador de 28 anos, que também jogou no Equador e no Peru, falou com o Flashscore sobre a coisa mais bonita: o futebol. E respondeu a absolutamente tudo.
- Quando é que chegou ao Newell's e como foi o processo até se estrear na equipa principal?
- Cheguei ao Newell's quando tinha quatro anos. Joguei em todas as equipas jovens de lá, não consegui jogar muito, saí e depois voltei para a quarta divisão, onde pude ter mais experiência, daí para a segunda equipa e para a primeira divisão.
- O facto de ser "primo de..." pesou em si ou foi natural?
- Nunca me pesou. Nunca ninguém me deu nada de graça, cheguei lá por mérito próprio, tal como o meu irmão Denis, com quem realizámos o sonho de jogar juntos. E a cereja no topo do bolo é que também encontrámos o Maxi Rodriguez, nosso primo.
- O que é que o Maxi vos dizia nessa altura?
- Sempre que voltava de férias da Europa, dizia-nos: "Despacha-te a chegar à equipa principal, para jogarmos juntos no Newell's". Ele acabou por jogar até os 40 anos e pudemos realizar o sonho de família de jogarmos os três juntos.
- Qual foi o seu melhor momento no Newell's?
- Em 2019, antes da pandemia. A equipa não estava bem, estávamos a lutar contra a despromoção, mas eu já tinha experiência do ano anterior e senti-me confiante.
- Depois foste para o Peru (Deportivo Municipal) e para o Equador (Delfin), o que nos podes dizer sobre as tuas experiências lá?
- No Peru, o futebol é muito diferente do argentino, muito mais lento e com equipas que jogam mais jogos, mas foi uma grande experiência. No Equador, o futebol é mais parecido com o da Argentina, mas um pouco mais confuso. Gostaria de voltar a qualquer um dos dois países.
- Desde a sua estreia até agora, quem foi o melhor jogador com quem jogou?
- É difícil escolher um só, mas eu nomearia estes: "Nacho" Scocco, "Gatito" Formica e Matias Perez Garcia. O que se destaca é que, para além de serem fantásticos em campo, ajudaram-me muito fora dele.
Maxi Rodríguez e família
- Como é a sua relação com ele e o que pode dizer-nos do seu ponto de vista?
- Sempre tivemos com ele uma relação mais familiar do que futebolística. Dizíamos-lhe que ele é uma pessoa a quem se toca com a varinha mágica. Tanto no Newell's como na seleção argentina, apareceu quando mais precisavam dele e, quando é tocado por essa varinha, tudo sai. Ele também é muito atento, com uma personalidade reservada e isso também o levou a ter a carreira que teve.
- Falam do Newell's e vêem-no a trabalhar no clube?
- Falamos sempre do Newell's. Seria bom vê-lo a trabalhar no clube. Para nós, adeptos do NOB, ele será sempre um ídolo.
- Tu e o teu irmão Denis são profissionais, Maxi, o teu primo, já conhecemos a carreira que ele fez... juntam-se para jogar em datas especiais?
- Principalmente futebol-ténis e comer assados (risos), porque o meu velho (Ruben "Petete" Rodriguez) já está velho e não se mexe muito. Mas temos todos uma ótima relação.
O dia em que conheceu Lionel Messi
- Jogaste contra a seleção argentina no estádio da AFA, em representação do Newell's. Como foi essa experiência?
- Foi incrível, eu estava num sonho. Joguei contra Leo, Otamendi, Di María, El Kun... Tive a sorte de poder dar ao Messi uma camisola Newell's que o clube tinha preparado para ele, e o mesmo aconteceu com o Paulo (Dybala). Porquê? Porque o Maxi tinha-me pedido para procurar essas camisolas e eu dei-lhas. Foi uma loucura.
- Você também conheceu Messi no jogo de despedida de Maxi, como foi?
- Eu nem sabia que o Messi ia estar lá, fiquei a saber como toda agente, na hora. Andei a perguntar ao Maxi se o Leo ia estar lá, mas ele estava a fazer-se de desentendido (risos). Acabou por ser uma bela surpresa.
Experiência na Arménia
- Como estão atualmente em Ararat, na Arménia? Como é um dia na vossa vida lá?
- É um país muito pacífico, o futebol é muito diferente. No início foi difícil adaptar-me, por causa da língua e dos costumes, mas felizmente agora estou a estudar inglês, o que me está a ajudar muito no meu dia a dia. De manhã treino e à tarde estudo.
- Vimos que há 11 equipas na primeira divisão da Arménia, o que você acha desse número e como você pode compará-lo com a Argentina, que terá 30 equipas na primeira divisão? Isso muda as coisas para um jogador profissional?
- Para mim, o facto de haver muitas equipas torna o campeonato mais competitivo. Ter uma liga com 30 equipas não é fácil, mas para nós, jogadores, é melhor porque há mais jogadores na primeira divisão para se poderem mostrar.
- O que achas do que aconteceu com o streamer Spreen no Riestra?
- Eu nem sequer o conhecia. Soube o que aconteceu, foi uma jogada de marketing. Acho que ele não vai ocupar o lugar de ninguém, não era uma boa imagem, mas acho que ele não vai jogar mais. Não quero que os rapazes se deprimam por causa disso, é essa a minha mensagem. Com trabalho árduo e sacrifício, tudo pode ser alcançado.
- O que pensa da situação atual do Newell's e porque é que acha que o clube não está a encontrar o seu caminho? Gostaria de voltar para dar uma ajuda ao clube que ama?
- Uma pessoa fica chateada com o momento que o clube está a atravessar, mas o Newell's é muito grande e inverte sempre este tipo de situação, começando pelas pessoas. Mesmo que os resultados não apareçam, os adeptos estão sempre presentes e empurram a equipa para a frente. Estou confiante de que este mau momento vai acabar rapidamente e que vamos voltar a estar onde temos de estar, a lutar no topo e até em torneios internacionais.
- Qual é o seu sonho como profissional e onde gostaria de jogar?
- Ser campeão com o clube que amo, o Newell's. Mesmo que já tenha jogado pelo clube, esse será sempre o meu maior sonho. Relativamente à outra pergunta, gostaria de jogar na MLS dos Estados Unidos, que cresceu muito desde a chegada de Messi. Dentro de alguns anos, ela estará no mesmo nível das grandes ligas.
- Por fim, Alexis Rodriguez é?
- É uma pessoa que nunca desiste e sempre tenta deixar uma boa impressão onde quer que esteja.
Fã do Flashscore
Tanto Alexis como toda a equipa do Ararat são utilizadores fiéis da nossa aplicação. "Todos os elementos da equipa, de diferentes países, utilizam o Flashscore para obter resultados e estatísticas instantâneas de ligas de todo o mundo. Felicito-os pelo trabalho que fazem". Obrigado, Alexis!
