A proeza da albiceleste no final de 2022 no Catar pôs fim a uma seca de 20 anos sem títulos mundiais para a região e voltou a colocar o talento dos seus jogadores no centro das atenções.
Com a retirada de Messi à vista aos 35 anos, as dez equipas da CONMEBOL estarão à procura dos seus futuros ídolos no Campeonato Sul-Americano de sub-20, na Colômbia.
De quinta-feira e até 12 de fevereiro, os concorrentes ao trono deixado vago pela Pulga, que jogou neste torneio em 2005, mostrarão as suas credenciais.
O argentino Nico Paz, o uruguaio Álvaro Rodríguez (ambos do Real Madrid Castilla), o brasileiro Vítor Roque (Athletico Paranense) e o colombiano Jhon Jáder Durán (Aston Villa) são os principais concorrentes a esse posto.
Representantes merengues
Nascido na cidade espanhola de Tenerife há 18 anos, Paz optou pela albiceleste como fez Messi, que trocou a Argentina pela Espanha em tenra idade.
As exibições do produto da academia do Real Madrid e o bom controlo da bola convenceram Carlo Ancelotti a convocá-lo para a primeira equipa pela primeira vez em janero, para dois jogos da Taça do Rei. Paz "é um dos talentos em que o Real Madrid aposta porque normalmente esse salto para a equipa principal raramente acontece", disse à AFP Hovannes Marsuian, analista do portal La Pizarra del DT.
O jogado foi também chamado por Lionel Scaloni para começar a conhecer a atmosfera da sua "Scaloneta", embora sem fazer a estreia na seleção nacional sénior.
Outras jóias juntar-se-ão a ele na Argentina de Javier Mascherano: o médio-ofensivo Facundo Buonanotte, da prestigiosa academia do Rosario Central e recentemente adquirido pelo Brighton, e Maximo Perrone, cujas atuações excecionais pelo Velez Sarsfield atraíram a atenção do Manchester City, de acordo com relatos da imprensa.
Paz não será o único "emissário" do Real Madrid na Colômbia. Álvaro Rodríguez, de 18 anos, seu companheiro de equipa na equipa B do Real Madrid, será a principal figura do Uruguai. O toro também fez a estreia no Real Madrid na Taça do Rei há alguns dias.
Um bálsamo
O treinador Ramon Menezes tem entre as suas tarefas a de encontrar uma nova pérola para o Brasil.
Os seus três jogadores de destaque estão no ataque: Vitor Roque (Athletico Paranaense), Andrey Santos (recentemente transferido do Vasco da Gama para o Chelsea) e Sávio, o único que já jogou na Europa (PSV Eindhoven) dos 23 jogadores convocados.
A competição é um bálsamo para o treinador face à recusa de vários clubes brasileiros em emprestar os seus jogadores. O avançado Endrick, comprado em dezembro pelo Real Madrid por 72 milhões de euros, não foi fornecido pelo Palmeiras.
"Não quero falar sobre isso porque tenho de encher de moral os jogadores que foram chamados", disse Menezes. "São jogadores que têm todas as condições para estar aqui".
Seleção da casa conta com Durán
Em apuros devido à ausência no Catar-2022, a Colômbia procura moldar a próxima estrela em solo nacional: Jhon Jáder Durán. O avançado de 19 anos, de 1,86 metros de altura, foi transferido do Chicago Fire, dos EUA, para o Aston Villa esta semana.
Sempre que aparece perante os média, o treinador Héctor Cárdenas tece elogios ao avançado, que já fez a sua estreia na seleção principal: "É um avançado-centro que joga muito bem de costas para a baliza, que aparece muito bem (na área), é forte no jogo aéreo e usa a sua força para definir em situações de um contra um".
Durán falhará a primeira fase do torneio para jogar pelo Aston Villa. Juan David Fuentes, um jovem jogador do Barcelona, assumirá a batuta dos cafeteros na sua ausência.
O Equador, que defende o título de 2019, levará à Colômbia Patrickson Delgado, de 19 anos, que pertence às camadas jovens do Ajax.
A Venezuela exibirá Telasco Segovia (19 anos, Sampdoria), um jogador que "se adapta no meio a diferentes posições e tecnicamente bom", que "chega à área" e "tem golo", segundo Fernando Bocha Batista, treinador adjunto da seleção principal.
O Guarani vai ceder ao Paraguai o seu jovem prodígio, o médio Matias Segovia, de 20 anos, vencedor do ouro nos Jogos de Odesur de 2022. "É um diamante em bruto que nos pode dar algo de que falar", disse o especialista Gabriel Cazenave.
A contribuição da Universidade do Chile será a dobrar: Lucas Assadi, de 19 anos, e Darío Osorio, de 18 anos, estão entre os 15 melhores jovens nascidos após 2004, de acordo com um estudo do Centro Internacional de Estudos Desportivos (CIES).
Embora com menos destaque, o Peru conta com Juan Pablo Goicochea (18 anos, Alianza Lima) e a Bolívia com Ervin Vaca (18 anos, Colo Colo) e não excluem a possibilidade de encontrarem os seus "messias".
