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Ana Oliveira, coordenadora do atletismo do Benfica: "Há que abater o gigante polvo verde que existe"

Ana Oliveira, coordenadora do atletismo do Benfica
Ana Oliveira, coordenadora do atletismo do BenficaSL Benfica
Ana Oliveira, coordenadora do atletismo do Benfica, esteve esta segunda-feira na BTV e fez um balanço dos campeonatos nacionais de clubes de pista curta, que se disputaram no passado fim de semana.

Um alegado incumprimento dos regulamentos nos Nacionais de clubes em pista curta motivou no domingo a ausência deliberada do pódio do Benfica, campeão da prova masculina e vice na feminina, justificou hoje a diretora do atletismo encarnado.

Foi a confirmação do que temos feito nos últimos, lutar pelo primeiro lugar, o 13.º título nos últimos 15 anos, foi o continuar de um projeto que iniciamos há alguns anos com muita renovação e um grande espírito de equipa incrível. Foi uma prova muito bem planeada, não falhamos absolutamente em nada. Isto é um campeonato com 14 provas em disputa muito direta Benfica-Sporting, às vezes há um clube ou outro que se põe pelo meio o que é uma chatice, porque estraga, digamos assim, os penáltis”, afirmou Ana Oliveira.

"Fomos perfeitos em relação à nossa prestação, entramos num campeonato com menos oito pontos, o que é muito, mas acreditamos desde o inicio até ao fim que era possível recuperar. Fomos verdadeira equipa dentro e fora da pista. As raparigas foi pena, perdermos apenas por três pontos, foi um fim de semana à Benfica”, acrescentou a coordenadora do atletismo do Benfica.

Não ir ao pódio? Nada tem a ver com o presidente da Federação, que é novo no cargo, tem feito um trabalho excecional, mas também terá muito trabalho para modificar ao longo do seu mandato. Mas era importante também ajudá-lo a perceber o que de menos bom continua a acontecer. Eu já quase nem consigo saborear bem estas vitórias, que são muitas e contínuas, porque há sempre uma história triste: de uma vez por todas há que abater o gigante polvo verde que existe no atletismo nacional. Somos modalidade extremamente objetiva, existem regras diretas, todos as devemos conhecer, preparamos estes campeonatos com reuniões com o delegado técnico na quinta-feira anterior, regulamentos que se regem pelos regulamentos gerais de competições da Federação, que, por sua vez, são os mesmos da Federação Internacional. Esta competição teve muitos casos omissos, é um novo individuo que faz o regulamento, questionamos todos os mais duvidosos na reunião”, disse Ana Oliveira, antes de detalhar.

Um é o caso da substituição e é mundialmente conhecido que quando um atleta entra na box de preparação, é como se fosse no futebol entrar para o relvado, já não pode haver substituição. Nós reparamos que um atleta do Sporting tinha sido substituído nesse período, questionámos o delegado, que é o dr. Jorge Salcedo, que confirmou a situação e desclassificou o atleta. Por incrível que pareça nós também temos um VAR, que se chama júri de apelo, que normalmente é anunciado e conhecido dos clubes antes da competição, mas neste caso não foi e criou-se esse júri à pressa, improvisado, que reverteu a decisão, o que é extremamente grave para a credibilidade da Federação, da próprio juiz Jorge Salcedo, que é mundialmente referenciado. Nós mesmos temos histórico, há dois anos um atleta partiu um dente, e foi correr com a boca a sangrar porque não pôde ser substituído”, disse a coordenadora encarnada.

Custou-nos muito não ir ao pódio, para muitos jovens seria a primeira vez, mas tínhamos de passar uma mensagem que nem tudo está bem nesta modalidade, que é fantástica. É considerada a rainha dos Jogos Olímpicos e isso diz tudo, mas não podemos continuar com isto permanentemente. Eu às vezes até me canso de reclamar, não queremos ser beneficiados, apenas que todos os regulamentos sejam claros, transparentes e iguais para todos e que haja uma autoridade que faça com que sejam cumpridos. Isto acontece com a arbitragem em Portugal, mas não no país todo, acontece especificamente numa zona central do país, no distrito de Leiria, onde muitas influências estão controladas. Infelizmente para nós não temos pista coberta em Lisboa e temos de continuar a ir competir em Leiria e o drama é contínuo", concluiu.


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