Análise Bélgica: A última dança para a geração de ouro?

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Análise Bélgica: A última dança para a geração de ouro?

Eden Hazard fará o seu último Mundial, enquanto De Bruyne é, de longe, o expoente máximo da geração belga
Eden Hazard fará o seu último Mundial, enquanto De Bruyne é, de longe, o expoente máximo da geração belgaProfimedia
Liderada pelo espanhol Roberto Martínez, a Bélgica chega a este Mundial com as últimas brasas acesas do autêntico churrasco que foi a geração de ouro do futebol daquele país. Embora haja muito talento nos 26 convocados, o Catar parece mesmo representar a derradeira oportunidade para aquela geração, já no limite de idade para estas grandes competições. E, por consequência, a Bélgica deixou de figurar no lote de potenciais favoritos.

Introdução

No último Campeonato do Mundo, na Rússia, em 2018, a Bélgica teve o seu melhor desempenho de sempre, ao terminar no último lugar do pódio, depois de eliminar o todo-poderoso Brasil nos quartos de final, superando assim o histórico quarto lugar em 1986. Desta vez, porém, existirão dificuldades claras em repetir esse sucesso.

A Bélgica não teve de discutir um grupo forte na fase de qualificação e aproveitou ao máximo essa sorte do sorteio. Terminou em primeiro lugar, qualificando-se automaticamente para este Mundial, depois de em oito jogos ter vencido seis e empatado dois. Golos? 25 marcados contra apenas seis sofridos.

Uma boa amostra mas que, olhando depois para a Liga das Nações, onde a fasquia subiu, percebe-se que não passou disso mesmo: uma amostra. O segundo lugar da Liga A, atrás dos Países Baixos, que derrotou a Bélgica nas duas ocasiões, tanto em casa como fora, mostra que a geração de ouro já não é o que era - quando, na verdade, nunca chegou a ser aquilo que tantos achavam que seria.

Pontos fortes

Não faltam grandes nomes no plantel da seleção da Bélgica, desde a baliza, com o guarda-redes do Real Madrid, Thibaut Courtouis, até ao ataque, com Romelu Lukaku. Eden Hazard, já se sabe, tem lutado por tempo de jogo no Real Madrid mas nem as lesões têm ajudado. Na Bélgica, contudo, sabe-se que se Hazard estiver perto do seu melhor, então a seleção contará com um dos mais talentosos e criativos jogadores da atualidade. Mas é um grande "se".

A Bélgica tem, contudo, uma super-estrela do futebol atual: Kevin De Bruyne. O maestro do Manchester City é, indubitavelmente, um dos melhores jogadores do Mundo da atualidade e a sua capacidade de encontrar espaços e linhas de passe faz dele uma unidade decisiva para o sucesso belga no Mundial. As exibições pelo City comprovam que chega ao Catar em boa forma, faltando saber se a ligação com Lukaku estará afinada.

A chave para o sucesso do sistema de Martínez parece estar nas alas. A Bélgica tem várias opções para ocupar as alas, desde Thomas Meunier, Timothy Castagne, Thorgan Hazard ou Yannick Carrasco. A capacidade destes jogadores em desempenharam as exigências da função, neste sistema tático, será fundamental.

Pontos fracos

O ponto fraco da Bélgica está na defesa. Toby Alderweireld e Jan Vertonghen continuam a ser as opções iniciais, tendo depois a companhia de Zeno Debast, Wout Faes ou Leander Dendoncker. Mas o facto dos dois centrais, que já foram de classe mundial, ainda serem titulares, diz muito sobre a pouca competição que existe nesse setor em específico. 

XI Ideal

Courtois - Debast, Alderweireld, Vertonghen - Meunier, Tielemans, Witsel, Carrasco - De Bruyne, Lukaku, Hazard.

A largura de todos os ataques da Bélgica virá, em grande parte, pelos seus alas, razão pela qual o papel de cada um é tão complexo. Espera-se que cheguem a zonas de cruzamento e, ao mesmo tempo, encaixem na linha de três centrais a defender. E isto porque, tanto De Bruyne como Hazard, que acompanham Lukaku no tiro atacante, terão funções essencialmente ofensivas.

Previsão

A Bélgica é largamente favorita a passar o grupo F. Não deverão ter problemas, teoricamente, em ultrapassar Canadá e Marrocos, discutindo depois o primeiro lugar com a Croácia. A verdade é que, passem em primeiro ou em segundo, os obstáculos nos oitavos de final deverão ser Espanha ou Alemanha. Daí que um adeus belga ao Catar nos oitavos de final não deva ser considerado, propriamente, uma surpresa.