Recorde aqui as incidências do encontro
Muitas ausências na turma de Paulo Pereira que fez história no último Campeonato do Mundo, nomeadamente de elementos que brilharam nessa prova: além de Francisco Costa, Victor Iturriza, Fábio Magalhães, Salvador Salvador e Alexandre Cavalcanti, aconteceram mais três contrariedades, envolvendo Diogo Rêma, Martim Costa e Miguel Martins.
A remodelação foi colocada à prova perante a 25.ª colocada do último Mundial, cerca de 10.000 espetadores em Gdánsk, e exibiu-se a bom plano nos primeiros cinco minutos, de equilíbrio no resultado, até que a Polónia deu a volta e passou para a frente no 4-3. Seguiu-se uma série de erros de parte a parte, até à retoma de parada e resposta, com João Gomes e Gabriel Cavalcanti (irmão de Alexandre), em estreia, em bom plano a operar uma mini-reviravolta.
Gustavo Capdeville ainda deu lugar a Diogo Valério entre os postes, mas finalmente ao fim de 22 minutos, um livre direto para os polacos deu origem à primeira diferença de dois golos (11-9), que foi flutuando. O experiente Gilberto Duarte, de regresso à seleção, tentou dar o mote e Rui Silva a criatividade a um ataque desconexo, enquanto a Polónia usou a receita portuguesa da velocidade para castigar um corredor central, com falta de rotinas e pesado.
Paulo Pereira pediu um desconto de tempo para desenhar a última jogada antes do descanso, Gilberto Duarte surpreendeu tudo e todos com uma boa rotação para fazer o golo, mas na transição os polacos voltaram a meter o pé no acelerador e seguraram a diferença de dois tentos ao intervalo (16-14). Czaplinski, Mikolaj ia fazendo a difeernça com cinco golos anotados.
Na segunda parte, prosseguiu a troca de guarda-redes na baliza portuguesa, mas a eficácia de defesas continuava baixa. Ia valendo a raça e agressividade sem bola, especialmente quando Luís Frade aproveitou um roubo de bola para a enviar para a baliza deserta e restabelecer o empate (17-17), dando de novo início à tendência de parada e resposta.
Portugal voltou a cometer erros com a posse de bola, numa altura em que tudo o que ia à baliza de Capdeville entrava (23-20). João Gomes e Gabriel Cavalcanti trouxeram alguma irreverência e eficácia para manter a equipa na luta (27-26). Porém, era mesmo dia não para os guarda-redes portugueses, já que a Polónia só falhava mesmo os remates que não iam à baliza e chegou à maior diferença no encontro (30-26), a cerca de 12 minutos do fim.
O seleccionador português arriscou ao atacar sem guarda-redes nos últimos 10 minutos, numa altura em que Piotr Jedraszczyk e Michal Olejniczack estavam endiabrados para os anfitriões até que, finalmente, um guardião português fez uma defesa - enorme intervenção de Diogo Valério -, dando alento também a Capdeville, que abriu a porta à recuperação portuguesa.
O guarda-redes do Benfica fez uma grande defesa para impedir Srozczyk, Gilberto Duarte reduziu para um golo de diferença, Olejniczack voltou a aumentar, Rui Silva fez o 35-34 a três minutos do fim. Srozczyk voltou a falhar no um para um com o guarda-redes português e, numa grande jogada coletiva, Daymaro Salina deixou tudo empatado (35-35) a um minuto do fim!
Logo a seguir, o veterano pivot viu um cartão azul para travar o endiabrado Jedraszczyk, com Czaplinski a converter o livre de sete metros resultante. Mas novamente o espírito de equipa português prevaleceu, com mais uma bela jogada desenhada pelo ataque que deixou António Areia com todo o espaço do mundo sobre a ponta direita para encarar o guarda-redes e fazer o 36-36 a três segundos do fim. No último lance, os polacos ainda acertaram na trave.
Michal Olejniczack foi eleito o melhor em campo com nove golos apontados.
