“Toda a gente sabe que será um grupo difícil. Esta geração de jogadoras tem mais experiência internacional e, com certeza, com o trabalho ao longo destes anos vão ser bastante competentes para sonhar em fazer um resultado muito positivo”, começou por dizer, em declarações à agência Lusa.
De volta a uma fase final, na qual as lusas não estavam há 16 anos, depois da última presença em 2008, na Macedónia do Norte, a antiga ponta esquerda, de 47 anos, admitiu que poderia “dar uma perninha” às compatriotas, que estão inseridas no Grupo C, com Espanha, Polónia e França.
“São outros tempos. Não sei como estaria fisicamente e taticamente. Possivelmente, ia dar uma perninha. Gostaria muito de estar a participar como jogadora em mais uma fase final. Temos de ter ambição, é uma oportunidade e temos de aproveitar. Só lhes desejo que se transcendam, que se superem, sejam equipa e aproveitem a oportunidade”, declarou.
A ex-ponta esquerda, que capitaneou a equipa lusa nos três jogos na estreia em Europeus, considerou que contra espanholas (na quinta-feira) e polacas (no sábado) os jogos podem ser “bastantes equilibrados e para somar pontos”, ao passo que, contra a França “muito forte e candidata a ser campeã europeia, é preciso ter respeito”.
Recordando os três desaires contra Ucrânia (24-38), Espanha (24-29) e Noruega (19-34), em 2008, a antiga atleta lembrou que faltou experiência internacional, considerando que hoje em dia as jogadoras comandadas por José António Silva defrontam os adversários “olhos nos olhos”.
“Foi diferente, foi a primeira vez num Europeu. Não tínhamos tantas jogadoras com tanta experiência internacional e próximas das jogadoras internacionais. Ao longo dos anos houve a mudança mental de defrontar os adversários estrangeiros olhos nos olhos, fomos acreditando que temos qualidade para fazer tanto ou mais do que os outros. Temos uma seleção com boas individualidades”, recordou à Lusa, a atleta que representou clubes como o Colégio de Gaia, Madeira SAD, Gil Eanes e Alavarium.
Seis das 17 convocadas para a fase final, que vai decorrer na Áustria, Hungria e Suíça, entre 28 de novembro e 15 dezembro, atuam no Benfica, pelo que “há que objetivar e aproveitar as relações”.
“Jogam no mesmo clube (Benfica), tem as mesmas dinâmicas e conectam-se bem. Há que aproveitar estas dinâmicas e esta relação que têm de jogo. Claro que (a seleção) vai ganhar com isso. O tempo que o selecionador tem ao longo do ano não é muito e há que objetivar e aproveitar as relações dos clubes”, argumentou.
Embora tenha preferido enaltecer o coletivo, ao invés das individualidades, Ana Seabra destacou algumas jogadoras que podem “fazer a diferença”, mas apontou ao “fator equipa”.
“Tem um grupo que se torna cada vez mais homogéneo e qualquer uma delas pode fazer a diferença. A nossa primeira linha tem jogadoras que se têm destacado, como a Joana Resende e Patrícia Lima, temos Beatriz Sousa, uma esquerdina, a Patrícia (Rodrigues), a Constança (Sequeira) e as mais novas, com toda a experiência internacional. O fator equipa vai ser mais importante do que o individual. Todas têm noção que vão ser importantes”, analisou.
Portugal, que tinha sido 16.º em 2008, na Macedónia do Norte, na sua única participação até hoje em fases finais, apurou-se para o próximo Campeonato da Europa após o inédito alargamento para 24 equipas, sendo o terceiro melhor classificado no conjunto dos terceiros classificados da fase de qualificação.
A fase final do Euro-2024 vai acontecer na Áustria, Hungria e Suíça, entre 28 de novembro e 15 dezembro.
Portugal está inserido no Grupo C e vai competir em Basileia, na Suíça, tendo estreia marcada diante da Espanha, na quinta-feira, seguindo-se a Polónia, dois dias depois, e a França, em 02 de dezembro.
Os dois primeiros colocados de cada grupo qualificam-se para a Main Round, que vai decorrer nas cidades de Debrecen, Hungria, e Viena, Áustria.