“Foi uma surpresa boa. É um orgulho estar aqui com este grupo e representar o país ao mais alto nível. É sempre um orgulho representar a seleção, mesmo nas camadas jovens, mas a nível sénior é um orgulho ainda maior”, disse à agência Lusa Miguel Oliveira.
A chamada de Miguel Oliveira, de 21 anos e 2,00 metros de altura, visa acautelar o facto de Alexandre Cavalcanti ter sofrido uma pequena contrariedade no último treino em solo português, em Rio Maior, que o coloca em dúvida para os primeiros jogos.
Miguel Oliveira, do FC Porto, está um bocado ansioso com a possibilidade de se estrear pela seleção principal, mas garante que está no Campeonato do Mundo para dar tudo o que pode e trabalhar ao máximo.
O andebolista foi vice-campeão europeu por duas vezes (2022 e 2024) no escalão de sub-20, seleção da qual é capitão e pode atuar em qualquer posição na primeira linha.
À chegada a Oslo, onde Portugal irá disputar o Grupo E da fase preliminar do Mundial, juntamente com a Noruega, Brasil e Estados Unidos, o capitão Rui Silva assegurou que a seleção “está bem, motivada, algo ansiosa, mas preparada para tudo o que aí vem”.
Em relação aos Estados Unidos, que é o primeiro adversário dos lusos, já na quarta-feira, Rui Silva reconheceu que o conhecimento “não é muito”, mas esta seleção não deverá ser muito diferente da que Portugal venceu há dois anos num torneio (39-27).
“Acredito que não mudaram muito desde aí. Mas, o mais importante é que temos que ter o foco na nossa equipa e na forma como vamos encarar o jogo”, explicou o capitão dos ‘heróis do mar’.
Rui Silva disse ainda que, tendo em conta as ambições de Portugal, os jogos com Estados Unidos e Brasil, esse de dificuldade acrescida, têm que ser obrigatoriamente para ganhar, pois a seleção não pode perder pontos para passar à segunda fase com hipótese de se bater pelos quartos de final.
O capitão recordou o empate (28-28) com o Brasil na fase principal do último campeonato do Mundo, em Gotemburgo, na Suécia, que hipotecou a possibilidade inédita de Portugal chegar aos quartos de final.
“É uma pequena desforra, pois foi um jogo que nos tirou a possibilidade de chegar aos quartos de final. Acredito que isso também é mais uma motivação para encararmos o jogo de outra forma e pode ajudar um bocadinho na motivação da equipa”, disse.
O selecionador português, Paulo Pereira, justificou a chamada de Miguel Oliveira, dado inicialmente a seleção só incluir 17 jogadores, com “a contrariedade de um atleta (Alexandre Cavalcanti), que pode implicar que esteja três ou quatro dias sem poder participar”.
“Daí termos rapidamente acionado esta hipótese de trazer o Miguel Oliveira, que cumpre todos os requisitos para jogar a este nível e por isso é que está aqui”, disse Paulo Pereira, reforçando a ambição de Portugal para esta competição.
De acordo com o selecionador nacional, que aponta como objetivo a passagem aos quartos de final, a seleção não pode pensar de outra forma do que com ambição, não há outra alternativa, nem faz sentido estar aqui sem ser a pensar assim.
“Mantemos o objetivo dos quartos de final (ao alcance dos dois primeiros classificados de cada um dos grupos da ronda principal) com algumas variações, mas esperamos que surtam um bom efeito”, finalizou Paulo Pereira.
Portugal inicia a sua caminhada no Mundial na quarta-feira frente aos Estados Unidos, na Unity Arena, em Oslo, após o que defronta o Brasil (sexta-feira) e encerra a primeira fase frente à coorganizadora da competição Noruega (domingo).