Recorde as incidências da partida
Portugal nunca tinha vencido a Espanha em jogos oficiais (venceu um particular, em 2021), mas se havia altura ideal para o fazer era agora. Enquanto os Heróis do Mar chegavam a esta partida com uma trajetória positiva, comprovada pelo registo invicto no Mundial, a Espanha sentiu o peso da reconstrução após empate com a Suécia e derrota com a Noruega.
Nesse sentido, a equipa portuguesa trazia uma vantagem, enquanto a Espanha chegava pressionada e obrigada a vencer, sabendo-se que uma vitória de Portugal significaria o apuramento histórico para os quartos de final e uma eliminação para o país vizinho.
A Espanha entrou melhor e não se ressentiu quando Barrufet foi excluído por dois minutos, conseguindo conservar uma vantagem construída nos minutos iniciais para liderar a primeira fase do encontro.
Só após 11 minutos de jogo, com o golo de Leonel Fernandes, Portugal conseguiu saltar pela primeira vez para a liderança do marcador (6-7), mas depois disso veio a pior fase da equipa portuguesa na partida. Espanha alargou a diferença para dois golos (8-10) e obrigou Paulo Pereira a pedir pausa técnica e a pedir tranquilidade aos seus jogadores, numa altura em que ainda havia muito jogo pela frente e a formação portuguesa sentia dificuldades para superar a estratégia defensiva do adversário.
As melhorias não foram imediatas e Portugal passou por uma fase mais complicada, mas a entrada de Salvador Salvador e uma defesa de Diogo Rêma serviram para a equipa portuguesa voltar a encontrar a tal tranquilidade que por pouco não deu vantagem ao intervalo - Ferran Solé marcou no último segundo da primeira parte para fazer o 15-16.

O arranque do segundo tempo teve algumas parecenças com o do primeiro, mas assim que os irmãos Costa começaram a combinar, com Kiko a destacar-se na finalização, Portugal saltou para a frente, aproveitando uma fase de menor acerto da equipa espanhola, que somou uma longa sequência de ataques sem concretizar.
Com dois golos consecutivos de Kiko Costa, Portugal liderou o marcador pela primeira vez por dois golos de diferença (19-21) e conservou a liderança, sempre com Kiko Costa a ser decisivo no momento ofensivo (o jogador do Sporting teve uma eficácia de remate perto dos 90 por cento).
Espanha sentiu o peso do momento e as defesas de Diogo Rêma (eleito o melhor em campo) nos últimos 10 minutos revelaram-se decisivas para o avolumar da vantagem portuguesa para confirmar o melhor resultado do país em Mundiais de andebol. Incrível!