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Mundial de Andebol: Tiago Rocha consola Areia pelo remate falhado no fim

António Areia perante Charles Bolzinger, guarda-redes de França
António Areia perante Charles Bolzinger, guarda-redes de FrançaSTIAN LYSBERG SOLUM / EPA / Profimedia
O andebolista Tiago Rocha consolou este domingo o companheiro de equipa António Areia pelo remate falhado a seis segundos do fim da derrota de Portugal com a França (35-34), no jogo de atribuição da medalha de bronze do Mundial.

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Já tive o cuidado de tentar falar com ele. É meu colega de equipa e somos muito amigos. O António tem de estar completamente de consciência tranquila, porque fez um Mundial incrível e um jogo excelente. Isso não pode afetá-lo. Não era um remate que dava ou não uma medalha. Talvez pudéssemos ir ao prolongamento, mas poderíamos não ganhar na mesma”, disse à agência Lusa o pivô, que atua no Tremblay, do escalão principal gaulês.

Um remate de António Areia contra o guarda-redes Charles Bolzinger no último lance da partida impediu Portugal de alcançar uma inédita medalha em fases finais de grandes provas internacionais, mas não beliscou a sua melhor prestação de sempre em Mundiais.

Caímos completamente de pé. Este quarto lugar foi histórico e o melhor de sempre. Há que louvar o andebol português e ver o crescimento que está a ser feito, o investimento que as equipas portuguesas têm dado aos jogadores e a evolução alcançada”, assumiu.

Apesar do “sabor agridoce” pela ausência do pódio, Tiago Rocha ficou “completamente orgulhoso” com o quarto lugar dos ‘heróis do mar’, que, ao fim de seis participações em Mundiais (1997, 2001, 2003, 2021, 2023 e 2025), melhoraram o 10.º de há quatro anos.

Para trás ficaram seis vitórias, um empate e duas derrotas em nove partidas, sempre em Oslo, onde a formação comandada por Paulo Jorge Pereira começou por surpreender a coanfitriã Noruega (31-28), na primeira fase de grupos, antes de, já na ronda principal, derrotar a atual vice-campeã olímpica Espanha (35-29) e empatar com a Suécia (37-37).

Uma vitória sobre a Alemanha (31-30, após prolongamento) nos quartos de final colocou Portugal no caminho da Dinamarca, que ganharia por 13 golos de diferença (40-27) e chegou à decisão, batendo hoje a Croácia (32-26) rumo ao quarto cetro mundial seguido.

Nunca tínhamos conseguido chegar a umas meias-finais e foi uma surpresa para todos. Vimos a emoção que isso representou para o país e para todo o andebol nacional. Acho que Portugal parou um bocadinho para ver a seleção. Isso é sinal do crescimento enorme da modalidade”, exaltou Tiago Rocha, oito vezes campeão nacional entre FC Porto e Sporting.

Presente na melhor prestação de sempre de Portugal em Europeus, com a sexta posição em 2020, o pivô também ajudou a seleção a alcançada uma inédita qualificação para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, realizados um ano depois, devido à pandemia de covid-19.

No apuramento olímpico também sentimos essa força (do país), que é de louvar e espero que continue a acontecer. Que Portugal esteja no topo e seja uma presença contínua e com sucesso”, afiançou, numa fase em que os lusos têm seis participações ininterruptas entre fases finais de Europeus e Mundiais e apenas falharam Paris-2024 nesse período.

Além da histórica prestação coletiva, Portugal viu o lateral direito Francisco Costa, de 20 anos, ser eleito o melhor jogador jovem da 29.ª edição do Campeonato do Mundo pela Federação Internacional de Andebol (IHF), além de ter terminado na vice-liderança dos melhores marcadores, com os mesmos 54 golos do francês Dika Mem, ambos a 20 do dinamarquês Mathias Gidsel.

Não é surpresa nenhuma. Se calhar, nos próximos anos vai ser considerado o melhor lateral direito de uma fase final. É sinal de que estamos a realizar um bom trabalho. Que assim continue, que Portugal possa estar junto dos grandes nomes da modalidade e que outros jogadores surjam em ‘setes’ ideais e honrem sempre o nome de Portugal”, notou.