O experiente jogador dos azuis e brancos, nascido em Cuba há 36 anos, está a contas com uma gastroenterite e falhou o estágio de preparação para o Europeu, em Rio Maior, deixando Paulo Jorge Pereira apreensivo face à sua presença na fase final, na Alemanha, entre 10 e 28 de janeiro de 2024.
“Neste momento, se não vier, é uma dificuldade, já que estamos a falar em ter dois pivôs jovens, que nunca vivenciaram estas competições, porque só o Frade está habilitado a jogar ao mais alto nível. Pode ser um constrangimento, mas temos de pensar que conseguiremos encontrar as soluções adequadas”, afirmou o técnico.
Além de Salina, Paulo Jorge Pereira convocou os pivôs Luís Frade, do FC Barcelona, Fábio Silva, do Avanca, e Ricardo Brandão, dos espanhóis do Cangas.
“Mas eu acho que estamos a treinar bem. Tivemos de adaptar algumas coisas, até pela ausência do Daymaro. Eu costumo meter as caras deles nos exercícios e tive de tirar caras e meter caras, mas também tenho aprendido a fazer as coisas a lápis, porque tem havido sempre surpresas ou outros fatores”, vincou.
Apesar de admitir não saber o que fazer caso o dragão não fique apto, o selecionador recordou outros momentos difíceis: “Bem, nem me quero lembrar da COVID-19, quando, aqui (em Rio Maior), tivemos 11 atletas com covid-19, sem poderem sair do quarto, antes do Europeu de 2022”.
Além de Salina, igualmente o guarda-redes Diogo Rêma, também do FC Porto, falhou os treinos dos heróis do mar, por apresentar sintomas gripais, apesar de ter integrado o estágio.
Portugal estreia-se no Grupo F do Europeu em 11 de janeiro, frente à seleção grega, antes de defrontar a República Checa, dois dias depois, e de se bater perante a Dinamarca, tricampeã do mundo, no dia 15, procurando um dos dois primeiros lugares para avançar para a main round.
“Teoricamente é o mais fácil, mas temos de jogar muito bem em todos os jogos, e logo depois com a República Checa, temos de ir um dia de cada vez e trabalhar já muito bem aqui”, assegurou.
Portugal vai disputar pela oitava vez a fase final de um Europeu, a terceira consecutiva, depois de ter alcançado em 2020 a melhor classificação de sempre com o sexto lugar. Desde então, somou mais duas presenças em Mundiais e uma em Jogos Olímpicos.
“Só estivemos uma vez nos Jogos Olímpicos e já estamos a pensar em estar outra vez. É sinal que deixou de ser impossível, e isso já é extraordinário”, vincou.
E agora, para repetir em Paris2024 a presença de Tóquio2020, Paulo Jorge Pereira apontou o caminho: “Se passarmos à main round, fica aberta a porta do pré-olímpico. Depois, é ganhar mais um jogo ou outro, é ir vendo, o jogo mais importante é o jogo com a Grécia”.
“Nós focamo-nos na hipótese de ganhar e não na frase e se perdermos, que tem muito mais impacto no nosso comportamento. Não pensamos nisso, em perder, porque tira-nos energia, desconcentra-nos, e perder e ganhar fazem parte, mas temos aprendido com o tempo que temos de nos levantar rápido se perdermos e a não ficar muito contentes quando ganhamos. O que sabemos é que há seis competições de grande porte em que estivemos, uma delas foram os Jogos Olímpicos, e fomos a única seleção de desportos coletivos presente à exceção do futebol, e continuamos a estar na agenda olímpica”, concluiu.
Portugal cumpre o estágio de preparação em Rio Maior até sábado, voltando a concentrar-se na terça-feira, para rumar à Alemanha, onde vai defrontar, em jogos particulares, a seleção germânica, em Flensburg, no dia 04, e em Kiel, dois dias depois.