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Antigo treinador de medalhada olímpica argentina detido por alegações de abuso sexual

Bosco, com a colega de equipa Mateo Majdalani, durante a cerimónia de entrega de medalhas em Paris-2024
Bosco, com a colega de equipa Mateo Majdalani, durante a cerimónia de entrega de medalhas em Paris-2024ALEX LIVESEY / GETTY IMAGES EUROPE / Getty Images via AFP
O ex-treinador da medalhista olímpica argentina de vela Eugenia Bosco foi detido em Buenos Aires para interrogatório, na terça-feira (18 de fevereiro), depois de ter sido acusado pela atleta e por outras mulheres de abuso sexual, informaram fontes ligadas ao caso.

Leandro Tulia, de 53 anos, foi detido na tarde de segunda-feira nos subúrbios do norte de Buenos Aires, perto do Yatch Club Olivos, onde lecionou durante mais de duas décadas, e comparecerá perante o Ministério Público na terça-feira, disse a fonte à AFP.

Bosco, de 27 anos, medalhista de prata na vela nos Jogos de Paris-2024, denunciou Tulia por ter abusado dela quando tinha 12 anos.

Depois de o caso se ter tornado público, em janeiro, outras mulheres apresentaram queixas contra o antigo treinador, segundo os procuradores.

Bosco apresentou a queixa em outubro passado, dois meses depois de ter alcançado a glória desportiva na categoria Nacra 17 em dupla com Mateo Majdalani.

Tulia treinou-a quando ela estava nas categorias de formação de vela no Olivos Yacht Club.

Natural de San Pedro, 150 km ao norte de Buenos Aires, era comum que ela e outros atletas menores de idade passassem a noite no clube sob os cuidados de Tulia.

O ex-treinador também acompanhava os atletas menores de idade em competições fora do país, que podiam durar várias semanas.

"Não sei como explicar, mas foi algo que aconteceu, que não controlei, tinha 11 ou 12 anos e mantive isso fora da minha vida até há um par de anos, quando pude ver", disse Bosco numa entrevista ao jornal La Nación em janeiro, quando tornou os factos públicos.

"Passei por mil fases de vergonha, de não aceitar, de pensar que a culpa era minha. Depois de algum tempo, pus tudo em cima da mesa e disse: 'Eu era uma rapariga, não tinha o controlo desta situação'", recordou na altura.

Pelo menos seis outras vítimas testemunharam em tribunal depois de o caso ter vindo a lume, disse a procuradora Lida Osores Soler à AFP em janeiro.

Os factos sob investigação terão ocorrido entre 2010 e 2013.


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