Neste momento, o mundo das raquetes deveria estar concentrado no Masters 1000 de Miami, mas as últimas notícias fizeram explodir o ecossistema do ténis mundial. A PTPA tornou oficial que, juntamente com uma dúzia de tenistas, apresentou uma ação legal contra os organismos reguladores do ténis (ATP, WTA, ITF e ITIA) para pôr fim ao "sistema corrupto, ilegal e abusivo" do desporto.
Já em 2019, Novak Djokovic e Vasek Pospisil decidiram fundar este sindicato. O sérvio, que concorda com alguns pontos da exigência, decidiu não a assinar para evitar aparecer mais do que o necessário na imprensa, mas o canadiano está entre os signatários.
"Não se trata apenas de dinheiro, trata-se de justiça, segurança e dignidade humana fundamental. Sou um dos jogadores mais sortudos e, no início da minha carreira, ainda tinha de dormir no meu carro quando me deslocava para os jogos. Imaginem um jogador da NFL a quem é dito que tem de dormir no carro num jogo fora de casa. É absurdo e, obviamente, nunca aconteceria. Nenhum outro grande desporto trata os seus atletas desta forma. As entidades dirigentes obrigam-nos a assinar contratos injustos, impõem horários desumanos e castigam-nos por nos pronunciarmos. Chegou a altura de prestar contas, de proceder a uma verdadeira reforma e de criar um sistema que proteja e dê poder aos jogadores", disse Pospisil.
Nick Kyrgios, Reilly Opelka, Vasek Pospisil, Tennys Sandgren, John-Patrick Smith, Noah Rubin, Aldila Sutjiadi, Anastasia Rodionova, Nicole Melichar, Saisai Zheng, Sorana Cirstea e Varvara Gracheva fazem parte da lista de tenistas que iniciaram este movimento de grande visibilidade. De acordo com o presidente da PTPA, Ahmad Nassar, a iniciativa visa melhorar o desporto para o futuro.
"Os jogadores estão presos num sistema injusto que explora o seu talento, reduz o seu rendimento e põe em risco a sua saúde e segurança. Esgotámos todas as opções de reforma através do diálogo e os órgãos dirigentes não nos deixaram outra alternativa senão responsabilizá-los em tribunal. Corrigir estas falhas sistémicas não é perturbar o ténis, é salvá-lo para as futuras gerações de jogadores e adeptos", afirmou.
Uma declaração muito forte
"Os processos judiciais expõem abusos sistémicos, práticas anticoncorrenciais e um flagrante desrespeito pelo bem-estar dos jogadores que persistem há décadas", afirmou a PTPA na sua declaração.
A declaração, redigida com veemência, afirma que "a ATP, a WTA, a ITF e a ITIA funcionam como um cartel, implementando uma série de restrições anticoncorrenciais draconianas e interligadas e práticas abusivas".