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Ativistas protestam pelos trabalhadores migrantes do Catar na casa do presidente da FIFA

O grupo contava com um imitador de Infantino
O grupo contava com um imitador de InfantinoAFP
Um grupo de ativistas ergueu cartazes de protesto na quarta-feira em frente à casa do presidente da FIFA, Gianni Infantino, na cidade suíça de para exigir que o organismo mundial de futebol indemnize os trabalhadores migrantes por alegadas violações dos direitos humanos no Catar, anfitrião do Campeonato do Mundo.

Os painéis móveis levavam as mensagens "Infantino: a tua família era migrante", "Milhares como eles foram vítimas deste Campeonato do Mundo", e "Compensa-os agora".

O protesto do grupo Avaaz incluiu um imitador Infantino a segurar um troféu do Campeonato do Mundo.

O Catar, onde os estrangeiros constituem a maioria dos 2,9 milhões de habitantes, tem enfrentado intensas críticas de grupos de direitos humanos sobre o tratamento dado aos trabalhadores migrantes.

A FIFA não comentou diretamente o protesto, mas apontou os comentários do Infantino no mês passado, saudando um fundo que o Catar criou, em 2018, que pagou 350 milhões de dólares aos trabalhadores em casos principalmente ligados ao atraso ou não pagamento de salários.

O jornal britânico Guardian noticiou, no ano passado, que pelo menos 6.500 trabalhadores migrantes - muitos deles a trabalhar em projetos do Campeonato do Mundo - tinham morrido no Catar desde que este ganhou o direito, em 2010, de organizar o Campeonato do Mundo.

A Organização Internacional do Trabalho questionou esse número que incluiria todas as mortes na população migrante.

Os organizadores do Campeonato do Mundo do Catar afirmaram que houve três mortes relacionadas com o trabalho e 34 mortes não relacionadas com o trabalho entre os trabalhadores nos locais do Mundial-2022.

A Amnistia Internacional e outros grupos de direitos levaram a apelos à FIFA para compensar os trabalhadores migrantes no Catar por violações dos direitos humanos, pondo de lado 440 milhões de dólares, que correspondem ao dinheiro do prémio do torneio.

A FIFA afirmou que estava a avaliar a proposta da Amnistia e a implementar um "processo de diligência sem precedentes em relação à protecção dos trabalhadores envolvidos".

O Parlamento da União Europeia aprovou, no mês passado, uma resolução que apela à FIFA para ajudar a compensar as famílias dos trabalhadores migrantes que morreram, bem como os trabalhadores que sofreram abusos de direitos, durante os preparativos para o Campeonato do Mundo.