"Como atleta, sabemos sempre que este dia chegará, que a nossa carreira será um momento no tempo - uma coleção de memórias e, esperemos, medalhas", escreveu a atleta de Utrecht.
"Hoje decidi dar uma volta à minha vida e seguir e abraçar tudo o que vem a seguir, mas não sem antes dizer um enorme obrigado por todo o apoio sem fim. Tem sido uma viagem sem arrependimentos", acrescentou.
Schippers, de 31 anos, começou a sua carreira como heptatleta. Chegou mesmo a ganhar a medalha de bronze no heptatlo nos Campeonatos do Mundo de Atletismo de 2013. O seu treinador de então, Bart Bennema, viu o seu talento para o sprint e convenceu-a a concentrar-se totalmente nos 100 e 200 metros.
Com sucesso, ganhou imediatamente o ouro em ambas as distâncias de sprint nos Campeonatos da Europa de 2014, em Zurique. No ano seguinte, coroou a sua transição na Taça do Mundo de Pequim (2015) com a prata nos 100 metros, com um recorde neerlandês de 10,81 segundos, e o ouro nos 200 metros, com o fabuloso tempo de 21,63, na altura o terceiro mais rápido de sempre.
Lesão na virilha
Continuou os êxitos nos sprints, com a prata nos 200 metros nos Jogos do Rio e, mais uma vez, com o título mundial nos 200 metros nos Campeonatos do Mundo de 2017. As medalhas também vieram nos Campeonatos Europeus de 2018, em Berlim, mas o mal-estar começou nos Campeonatos Mundiais de 2019, em Doha, quando uma lesão na virilha a obrigou a desistir da final dos 100 metros e também a saltar os 200 metros.
As suas costas começaram a ressentir-se cada vez mais e, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, sofreu uma grande desilusão. Ficou de fora dos 100 metros e não conseguiu chegar à final dos seus queridos 200 metros.
Em agosto, Schippers ainda se mostrava esperançosa. Disse à NOS que, apesar das dores crónicas nas costas, ainda não pensava em desistir. A atleta chegou mesmo a dizer que esperava participar nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris.