A atleta do Sporting, de 25 anos, vai estrear-se hoje em Europeus indoor, em Apeldoorn, nos Países Baixos, na segunda semifinal da corrida de sete voltas e meia à pista coberta, tentando fazer cumprir um legado familiar, nos quais se encontram os três títulos do pai Rui Silva, em Valência-1998, Viena-2002 e Turim-2009, e as duas do avô Carlos Cabral, quinto em Estugarda-1980 e sexto em Milão-1982.
Patrícia Silva estreia-se na distância em grandes competições, depois de ter ficado pelas semifinais dos 800 metros em Istambul-2023, com o 29.º lugar final, e pelas eliminatórias dos Mundiais ao ar livre Budapeste-2023.
Chega, agora, a Apeldoorn-2025 com o estatuto de recordista dessa distância (2.00,79 minutos, desde 08 de fevereiro) e de segunda melhor lusa de sempre nos 1.500 indoor (com 4.05,02, apenas atrás de Carla Sacramento), quarta absoluta, ainda atrás de Salomé Afonso e de Marta Pen.
“Claro que é com orgulho. Acaba por ser um processo natural. Ela vivenciou muito a carreira desportiva, principalmente a minha, a da mãe não tanto, mas vivenciou muito perto a minha carreira”, recordou Rui Silva, em declarações à agência Lusa.
Em compensação, a mãe Susana Silva acompanha a carreira da filha, de quem é treinadora, logo também responsável pelo entusiasmo do pai.
“É com orgulho que vejo que ela (Patrícia) conseguiu passar por todas as fases e chegar aqui. Já esteve nuns campeonatos do mundo, mas penso que agora está a chegar a um nível que lhe permite almejar um resultado, que era estar presente numa final, penso que estará ao alcance dela”, vincou Rui Silva, bronze nos Jogos Olímpicos Atenas-2004 e nos Mundiais Helsínquia-2005.
A presença de Patrícia Silva na final dos 1.500, marcada para sexta-feira, às 21:00 locais (20:00 em Lisboa), depende de um dos três primeiros lugares na primeira semifinal, a disputar hoje, a partir das 19:10 (18:10).
“Tem sido uma época muito boa, fruto de muito trabalho. As expectativas são sempre fazer o melhor possível e, primeiro de tudo, tentar passar à final”, referiu a atleta natural do Cartaxo.
O cartão de visita para estes Europeus é o sexto melhor tempo europeu do ano, dois centésimos de segundo mais rápida do que a compatriota Salomé Afonso, que também hoje entra em competição nos 1.500, mas na segunda semifinal.