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Europeus de Atletismo: Pichardo e Mamona desfalcam segunda maior delegação lusa

Patrícia Mamona falha presença nos Europeus de atletismo indoor
Patrícia Mamona falha presença nos Europeus de atletismo indoorLaurent Lairys / Laurent Lairys / DPPI via AFP
A segunda maior delegação de sempre de atletas portugueses para Europeus de atletismo em pista curta apresenta-se desfalcada de dois medalhados, na edição que vai decorrer entre quinta-feira e domingo, em Apeldoorn, nos Países Baixos.

A comitiva nacional integra 20 atletas, menos dois do que em Istambul-2023, a anterior recordista, quando Portugal conseguiu a melhor participação de sempre em Europeus de atletismo indoor, ao igualar as três medalhas de Torun-2021 e Valência-1998, mas superando o número de finalistas.

Os anteriores máximos lusos nas outras 36 edições de campeonatos da Europa em pista coberta eram os 18 atletas em Viena-2002, os 33 pontos conquistados em Torun-2021, com 16 atletas, e os sete finalistas em Valência-1998, com 11.

Em Istambul-2023, além dos títulos de Pedro Pichardo, no triplo salto, e Auriol Dongmo, no peso, e do bronze de Mamona, também no triplo, Portugal terminou com outros seis finalistas (Jessica Inchude e Tiago Pereira, quartos no triplo e no peso, Arialis Martínez, quinta nos 60 metros, Marta Pen, sexta nos 1.500, e Evelise Veiga e João Coelho, oitavos no comprimento e nos 400) e um total de 41 pontos.

Dongmo, bicampeã do mundo indoor, vai ser a única medalhada portuguesa da última edição presente, apesar de ainda a recuperar a melhor forma, após ausência prolongada devido a uma fratura numa perna.

Estes Europeus marcam ainda a estreia em grandes competições do novo presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), Domingos Castro, e logo como chefe da delegação nacional, apresentando-se com justificadas ambições no concurso do lançamento do peso feminino, com Inchude e Dongmo, e um numeroso regresso ao meio-fundo, com destaque para o fulgurante Isaac Nader.

O campeão nacional dos 10 quilómetros apresenta-se na Arena Omnisport Apeldoorn com recentes recordes nacionais nos 1.500 e nos 800, tendo, no entanto, abdicado da prova de quatro voltas à pista, para se concentrar na sua distância de eleição.

Aos 25 anos, o algarvio é o principal candidato à conquista da 30.ª medalha portuguesa na pista coberta, a primeira desde a rebatização de pista curta, numa distância em que os atletas nacionais já contam quatro medalhas, todas de ouro, propriedade de Rui Silva (1998, 2002 e 2009) e Carla Sacramento (1996).

A ausência de Pichardo, que abdicou da temporada de inverno, deixa a seleção portuguesa com Nader como o mais bem classificado entre os inscritos, com o terceiro tempo nos 1.500, apenas atrás do favoritíssimo norueguês Jakob Ingebrigtsen e do francês Azeddine Habz.

Igual estatuto apresenta Jessica Inchude, quarta em Istambul2023 e tradicionalmente na sombra de Dongmo, que chega com a sexta marca entre as inscritas, três lugares abaixo da rival, que partilhou com a bicampeã europeia a medalha dos Campeonatos de Portugal indoor.

Salomé Afonso também se apresentou neste inverno de forma exuberante, conseguindo a quarta melhor marca nos 3.000 e a sétima nos 1.500 metros, distância na qual acabou ultrapassada por Patrícia Silva, representante da terceira geração de uma família de atletas de referência, como o avô Carlos Cabral e os pais Rui Silva e Susana Cabral, com o sexto registo.

João Coelho, 400 metros, e Tiago Luís Pereira, bronze no triplo dos Mundiais indoor Glasgow-2024 e quarto em Istambul-2023, apresentam-se com as quintas marcas entre os inscritos, fechando o lote nacional de oito finalistas.

Portugal apresenta ainda Lorene Bazolo, Carlos Nascimento e Delvis Santos nos 60 metros, Carina Vanessa, Omar Elkhatib e Ericsson Tavares nos 400, Nuno Pereira nos 1.500, Duarte Gomes e Miguel Moreira nos 3.000, Eliana Bandeira e Tsanko Arnaudov no peso, Gerson Baldé no comprimento e Abdel Larrinaga nos 60 barreiras.

Os Europeus indoor vão ser disputados pela terceira vez nos Países Baixos, depois de Roterdão-1973 e Haia-1989, em nenhuma destas edições Portugal alcançou qualquer lugar no pódio.