Noah Lyles venceu uma corrida emocionante no Stade de France, há pouco mais de um ano, pela margem mínima, e conquistou o bronze nos 200 metros, quando estava com Covid.
Pela primeira vez desde aquela final olímpica dos 100 metros, o autoproclamado "showman" vai no sábado ficar frente a frente com Kishane Thompson, o jamaicano de 24 anos que superou por apenas cinco milésimos de segundo em Paris.
“Os 100 metros são obviamente a corrida da glória, é claramente a que chama mais atenção”, disse Lyles esta sexta-feira, antes da etapa da Liga Diamante da Silésia, na cidade polaca de Chorzow.
“Posso dizer que, se tivesse ganho os 200 metros e perdido os 100, não teria tido o mesmo impacto ao regressar aos EUA e, provavelmente, até a nível mundial, seria muito diferente", acrescentou.
Lyles desvalorizou o facto de não se ter encontrado com Thompson desde aquela noite amena na capital francesa.
“Pessoalmente, queria apenas fazer uma corrida mano a mano na Jamaica”, disse.
“Achei que teria sido incrível, eu e Kishane mesmo ao lado um do outro, pista a pista, só nós dois a disputar. Sinto que poderíamos ter esgotado o público, com certeza. Achei que teria sido muito divertido", acrescentou.
Em vez disso, a dupla vai defrontar-se na Polónia, com Lyles a descrever a sua preparação para os campeonatos do mundo de 13 a 21 de setembro, em Tóquio, como “as provas mais importantes do ano”.
“Estas são as maiores competições, ao mais alto nível. Isto é literalmente preparar-me para dizer: ‘É assim que vai ser, se não mais intenso, à medida que me aproximo de Tóquio’. Preciso de entrar nesse estado de espírito. Por isso, preciso de estar nessas situações", explicou.
Lyles disse que estava a atingir a melhor forma: “Os resultados que vi nos treinos mostraram que estou exatamente onde estava no ano passado, ou a ir na mesma direção que no ano passado, se não melhor.”
O americano de 28 anos prevê uma corrida rápida no sábado, com um quarteto de colegas de equipa dos EUA experientes, Kenny Bednarek, Christian Coleman, Lindsey Courtney e Trayvon Bromell, além do sul-africano Akani Simbine.
“Basicamente, temos a final olímpica, talvez com a ausência de duas pessoas, mas com a adição de alguns igualmente rápidos”, disse Lyles.
“Ter Kishane lá torna tudo ainda melhor. Vai ser um momento em que toda a gente vai olhar para o seu calendário e dizer: ‘OK, é nisto que vou basear as minhas escolhas para os campeonatos do mundo’", acrescentou.
Lyles, no entanto, não tinha dúvidas sobre quem era a maior atração.
“Vou pôr as coisas assim: há definitivamente corridas que têm o Noah e há corridas que não têm o Noah, e eu vi os números das corridas que não me têm, e elas não correm muito bem”, disse.
“Se virmos as corridas comigo, pensamos: ‘Oh, uau, sim, há muito mais audiência’. Não estou a dizer que sou a cara do desporto, só estou a dizer que há muito mais interesse quando sou eu a correr. Um showman, uma estrela do rock, sim, é uma ótima maneira de descrever como gosto de me ver quando entro numa prova de atletismo e como quero interagir com o público", concluiu.