Omalla ganhou a medalha de ouro como parte da equipa neerlandesa que venceu a final da estafeta mista de 4x400m em Paris - uma corrida que ficou famosa pelo incrível sprint de Femke Bol nos últimos 200 metros.
Na semana passada, foi noticiado que a medalha de ouro de Omalla estava a ser leiloada, sem que fossem reveladas as razões para tal. A escolha da velocista de vender o prémio, amplamente reconhecido, gerou um grande alvoroço entre os seus fãs.
Na segunda-feira, Omalla publicou um comunicado onde explicou os motivos por trás da sua decisão de leiloar a medalha mundialmente famosa.
"Vi as reações em torno do leilão da minha medalha de ouro olímpica e gostaria de falar diretamente com o público e os meios de comunicação social neerlandeses. Os Jogos Olímpicos e a medalha de ouro serão para sempre um dos maiores sucessos da minha carreira desportiva. O caminho que percorri - os sacrifícios, os anos de trabalho e o apoio da equipa nacional neerlandesa - é algo que levarei comigo com orgulho para o resto da minha vida", afirmou Omalla.
"Esta medalha é um símbolo tangível de todo esse trabalho, das pessoas que me apoiaram ao longo do caminho e do poder dos sonhos que se tornam realidade", sustentou.
Omalla, de 24 anos, substituiu o lesionado Liemarvin Bonevacia durante os Jogos Olímpicos de 2024. Na final da estafeta mista de 4x400m, Omalla abriu para a equipa neerlandesa antes de passar o testemunho a Lieke Klaver. Os Países Baixos conquistaram o ouro com o tempo de 3:04.43, um recorde europeu e apenas 0,02 segundos acima do recorde mundial.
"Não para me enriquecer"
"Ainda assim, compreendo que a minha decisão de leiloar a medalha tenha sido vista por alguns como um ato de ganância ou de falta de respeito. É por isso que quero esclarecer o seguinte: não se trata de problemas financeiros, nem de enriquecer. A minha motivação é e será sempre o bem-estar da minha família e o apoio aos mais necessitados", garantiu.
"Uma grande parte do rendimento irá para a instituição de caridade dos meus pais, a Child's Destiny of Hope, uma organização empenhada em ajudar crianças no Uganda através da educação, dos cuidados de saúde e do apoio à melhoria de vida. O resto será utilizado para apoiar a minha família, pessoas que sacrificaram tudo para que eu pudesse perseguir os meus sonhos", sustentou.
Omalla é filho de uma mãe neerlandesa e de um pai ugandês. Nascido nos Países Baixos, Omalla mudou-se para o Uganda aos 7 anos, antes de se mudar novamente para um colégio interno no Quénia aos 14 anos. Mais tarde, Omalla e o seu irmão gémeo, Jaime, frequentaram a McKendree University e a Southeastern Louisiana University nos estados norte-americanos do Illinois e do Louisiana, onde receberam bolsas de estudo para atletas devido ao seu talento.
"Tenho consciência de que devia ter comunicado isto mais cedo. Aos meus colegas de equipa, aos membros da equipa e a todos os que se sentiram magoados: Lamento que tenha sido assim. Esta decisão vem do amor, da responsabilidade e da gratidão. Obrigado pela vossa compreensão", rematou.
A medalha, que Omalla leiloa na casa de leilões Heritage Auctions, tem atualmente uma licitação de 22.000 dólares. O leilão termina na sexta-feira, 17 de mai