É a terceira vez que Paris acolhe os Jogos de verão. A primeira vez que recebeu os melhores atletas do mundo foi em 1900, e depois também em 1924. Agora, passados 100 anos, os anfitriões estão a preparar um evento diferente, não só dos anteriores na capital francesa, mas também de todos os outros.
Um momento histórico será já a cerimónia de abertura, que pela primeira vez terá lugar não no estádio, mas ao ar livre - no rio. O desfile ao longo de seis quilómetros do Sena, durante o qual se apresentarão 150 barcos com delegações dos países participantes, deverá durar três horas e meia.
Também inovadora é uma nova disciplina - o breaking, um estilo de dança originário dos EUA que incorpora muitos elementos de força e de fitness. Em Paris, será o único desporto estreante dos Jogos Olímpicos. Os outros quatro desportos adicionais a realizar na capital francesa são a escalada desportiva, o skate e o surf, mas estes já fizeram a sua estreia em Tóquio.
Pela primeira vez, o evento será realizado em dois continentes, já que os surfistas competirão no Taiti, uma ilha no Oceano Pacífico que pertence à Polinésia Francesa, um território dependente da França. No entanto, existe uma polémica em torno da construção das torres de avaliação. A ideia de construir uma nova estrutura de alumínio para substituir a antiga estrutura de madeira suscitou protestos de associações ambientalistas, que receavam a degradação do fundo do mar e danos na biodiversidade do local.
Como conseguir um número igual de homens e mulheres?
Os Jogos não são apenas uma questão de inovações nas modalidades ou nos locais de competição. Outra mudança importante será a igualdade total - um número igual de homens e mulheres participará no evento. Isto faz parte do slogan ilustrativo do evento: "Jogos abertos".
Para alcançar a igualdade total, foram introduzidas algumas alterações nos programas em relação aos anos anteriores, nomeadamente no boxe, uma das categorias de peso masculinas será substituída por uma categoria feminina, enquanto na vela as classes foram alteradas de modo a que a maioria seja composta por competidores de ambos os sexos. No entanto, a igualdade de género não se aplica a todas as disciplinas, mas a 28 das 32. A natação sincronizada e a ginástica artística continuam a ser disciplinas femininas, enquanto o boxe e a luta livre são disciplinas masculinas.
Jogos de Paris mais pequenos do que os anteriores
Outra novidade em Paris é uma abordagem minimalista - para os padrões olímpicos - da organização. Até agora, cada anfitrião sucessivo quis preparar um evento maior, melhor e mais rico do que o anterior. No entanto, os franceses, em concertação com o Comité Olímpico Internacional (COI), seguiram o caminho inverso - os Jogos de Paris devem ser desprovidos de glamour, os custos devem ser significativamente reduzidos e uma questão importante é ser ecológico e reduzir o impacto negativo do evento no ambiente.
Uma das formas de reduzir a dimensão dos Jogos é limitar o número de atletas. Na capital francesa, serão 10.500, o que representa uma redução de cerca de 600 em relação a Tóquio. Por conseguinte, o número de competições também foi reduzido de 339 para 329, enquanto a decisão tomada em matéria de proteção do ambiente consiste, entre outras coisas, em limitar a quantidade de carne na ementa da aldeia olímpica.
Muitas das alterações propostas pelos organizadores franceses e pelo COI são controversas e têm a oposição do público. A inovação é necessária para que a ideia olímpica acompanhe o ritmo de um mundo em rápida mudança, mas a sua sobrevivência depende do sucesso do evento na capital francesa.
A cerimónia de abertura está prevista para 26 de julho, enquanto a competição terminará a 11 de agosto.