Era uma das imagens dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Na sua última tentativa, já depois de ter vencido o concurso de triplo salto, Yulimar Rojas produziu um salto excecional de 15,67 metros, eliminando a lendária Inessa Kravets (15,50 m em 1995) do livro dos recordes e tornando-se recordista mundial.
No inverno seguinte, Rojas chegou mesmo a saltar 15,74 m em recinto fechado, estabelecendo um novo recorde mundial. Campeã olímpica, tetracampeã mundial, invicta em 30 competições, era a grande favorita para defender o seu título em Paris.
Mas não era para ser assim. Através da sua conta no X, publicou uma fotografia de si própria numa cama de hospital e anunciou que tinha sido operada a uma lesão no tendão de Aquiles, o que já pôs fim à sua época.
“Com muita dor e tristeza quero contar que, enquanto treinava, quando caía na descida de um salto tive uma dor intensa, que foi diagnosticada como uma lesão no tendão de Aquiles esquerdo. O meu coração está partido e estou tão triste que quero pedir-vos desculpas por não poder representá-los em Paris-2024”, desabafou a atleta.
Na rede Instagram, na qual postou uma foto deitada numa cama de hospital, um dia após ter sido operada, em Madrid, a desportista de 28 anos dirigia-se aos compatriotas venezuelanos, à família do Movimento Olímpico e desportivo e a todos os que acompanham a sua carreira.
“Foram horas muito complexas, nas quais me questionei e analisei porque é que isto me aconteceu, porém, entendo que, nos desígnios de Deus, somos apenas instrumentos da sua vontade. Hoje, sinto-me muito afetada emocionalmente por não poder representá-los. A vontade de defender o meu título olímpico animou-me enormemente, mas hoje tenho que parar, recuperar e voltar com muita força para continuarmos a voar juntos”, acrescentou.
Recordista mundial, com 15,75 metros conseguidos em 2022, Rojas tem ainda no currículo o título mundial em Londres2017, Doha2019, Eugene2022 e Budapeste2023, além dos cetros indoor em Portland2016 e Birmingham2018.
A antiga jogadora de voleibol, de 1,92 metros, foi campeã olímpica no Japão, com 15,67, registo que na altura bateu o recorde do mundo, que vigorava desde 1995, por 17 centímetros, batendo a portuguesa Patrícia Mamona, prata em 15,01.
“Ver-nos-emos em breve, com os mesmos sonhos e vontade”, terminou a venezuelana, que a BBC elegeu em 2022 como uma das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo.
Em setembro, Yulimar Rojas escusou-se a participar dos Jogos Pan-Americanos no Chile para se concentrar na preparação para Paris2024.
