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Atletismo: Portugal quer melhorar nas Universíadas de 2025 as sete medalhas de há dois anos

Ricardo Nora é o presidente da FADUL
Ricardo Nora é o presidente da FADULFADUL

O presidente da Federação Académica de Desporto Universitário (FADU) assumiu a expectativa de melhorar em Rhine-Ruhr-2025, Alemanha, com a comitiva recorde de 82 atletas, o registo de sete medalhas nos anteriores Jogos Mundiais Universitários.

“Expectativas existem. Para já, foi uma expectativa superada, a da maior participação de sempre nesta competição. Naturalmente, queremos superar a última edição, que foi histórica. Queremos representar Portugal e que estes estudantes-atletas orgulhem Portugal e orgulhem o legado já antigo de Portugal na competição”, afirmou Ricardo Nora, antes da apresentação da missão nacional.

A 32.ª edição das Universíadas vai ser disputada entre 16 e 27 de julho, na Alemanha, com Portugal representado por 82 atletas, em atletismo, voleibol (masculino), tiro com arco, ténis, taekwondo, ténis de mesa, natação, ginástica artística, ginástica rítmica, judo e basquetebol (feminino).

Na última edição, tivemos 44, desta feita serão 82. Quando aumentamos o número de participação, que a probabilidade também aumente nos resultados. Queremos bater as sete medalhas que alcançámos, estamos confiantes e temos muitos jovens que estiveram em Paris-2024. Muitos têm tido resultados excelentes em Europeus e Mundiais, por isso a expectativa é muito alta”, vincou o dirigente.

Portugal vai competir em Duisburgo, Essen, Mülheim, Bochum, Hagen e Berlim em busca de aumentar o pecúlio de 48 medalhas ao todo (17 de ouro, 18 de prata e 13 de bronze).

Na última edição das Universíadas, em Chengdu2021, disputadas em 2023, Portugal conseguiu os melhores resultados de sempre, com sete pódios, destacando-se as medalhas de ouro de João Coelho (400 metros), Mariana Machado (5.000 metros) e Gabriel Lopes (200 metros estilos).

Camila Rebelo sagrou-se vice-campeã nos 100 e 200 metros costas, assim como Décio Andrade, no lançamento do martelo, Eliana Bandeira, no peso.

Patrícia Mamona, vice-campeã olímpica no triplo salto em Tóquio2020, é a chefe da missão lusa a Rhine-Ruhr, assumindo um desafio duplo, de incentivar os atletas, mas também os tranquilizar.

Como chefe de missão, quero colocar alguma pressão, mas, como atleta, quero retirar alguma da pressão, que não é amiga dos atletas. Traz ansiedade que pode ser negativa. A única coisa que lhes peço é para darem o seu melhor. Com isso, poderemos bater o recorde de medalhas. O de número de participantes já será batido”, afirmou a chefe de missão, reconhecendo que “as expectativas são bastante altas”.

Entre os “desafios” de chefiar a missão a atleta pretende, apesar da dispersão por cinco cidades de uma região e ainda Berlim, conferir “espírito de união e de seleção”, procurando “estar mais próxima dos atletas”.

Tem sido um grande desafio. Ganhei muito respeito pelos organizadores de provas, dirigentes, porque não é fácil uma organização desta dimensão. Quero ser uma chefe de missão diferente, porque tenho este ‘background’ de atleta muito ativo. Felizmente, ainda não sinto que é agora a altura de acabar a minha carreira, tenho o objetivo de ir aos Jogos Olímpicos. Não só coordenar e criar condições para a missão, mas estar com os atletas, estar com eles, motivá-los e inspirá-los. Eles é que são as estrelas, e quanto mais apoio e exemplos tiverem, melhores serão as prestações”, concluiu.

Entre os 82 convocados – a lista de 15 eleitas da seleção de basquetebol vai ser reduzida a 12 – consta Mariana Machado, medalha de ouro nos 5.000 metros nas Universíadas Chengdu 2021, disputadas em 2023, cuja ambição de juntar a este cetro o título dos 10.000 metros ficou limitada recentemente.

É uma competição muito especial. Este ano, vinha com o objetivo extremamente ambicioso de ser bicampeã mundial nos 5.000 e nos 10.000, seria uma estreia. Infelizmente, há pouco mais de um mês fui operada a uma apendicite. Já regressei aos treinos, temos de saber gerir expectativas, foram várias semanas sem treinar, mas acredito no meu potencial. Espero conseguir representar da melhor forma o nosso país”, vincou a atleta do Sporting de Braga.

A também estudante de Medicina reiterou o seu orgulho com a presença nesta competição.

Tenho muito orgulho na minha carreira dual e de todos os meus colegas que conseguem conciliar a exigência do alto rendimento com os estudos. É uma enorme honra estar neste lote de atletas, o país deve ter orgulho em todos eles. Diz-me muito a competição também por este facto, luto diariamente contra estas dificuldades. Vou dar o meu melhor e representar da melhor forma, eu e todos os meus colegas, e os que não atingem este nível, mas se esforçam da melhor forma para conciliar uma carreira dual”, sublinhou.


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