Rudisha conquistou medalhas de ouro nos 800 metros nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 e Rio 2016, tendo, na primeira ocasião, estabelecido o recorde mundial com o tempo de 1:40.91 minutos, marca que já dura há 13 anos à espera de ser superada.
O atleta de 21 anos, que sucedeu ao lesionado Rudisha, tem atualmente como melhor marca pessoal 1:41.11, obtida na Diamond League de Lausana 2024. Wanyonyi e Wilson Kipketer partilham a segunda posição na lista de sempre dos 800 metros, ficando apenas atrás do compatriota Rudisha, detentor do recorde mundial.
Wanyonyi, que conquistou o ouro nos Jogos Olímpicos de Verão de 2024 e nos Mundiais de 2025 nesta disciplina, chegou também a deter brevemente o recorde mundial da milha em estrada, com o tempo de 3:54.56, entre abril e setembro de 2024.
Durante os Mundiais de Atletismo em Tóquio, Wanyonyi protagonizou uma exibição impressionante ao registar 1:41.86 e vencer a final masculina dos 800m, mas não conseguiu bater o recorde.
"Qualquer um pode bater um recorde mundial"
Numa entrevista recente, Wanyonyi, que conquistou o ouro nos Mundiais de Sub-20 de 2021, estabelecendo um recorde do campeonato, acredita que não demorará muito até que o recorde seja finalmente superado.
Wanyonyi, que nos Mundiais de Atletismo de 2023 em Budapeste terminou em segundo lugar nos 800 metros, atrás de Marco Arop, com o tempo de 1:44.53 (Arop fez 1:44.24), acrescentou ainda que pode não ser ele a bater o recorde, apostando nos atletas que competem na prova para o conseguirem.
“O recorde mundial está muito próximo e devo admitir que qualquer um pode bater um recorde mundial. Não tem de ser necessariamente eu, porque neste momento qualquer atleta pode conseguir essa marca,” afirmou Wanyonyi numa entrevista ao Sport On da NTV, citado pela Pulse Sports: “Acredito que há um tempo para tudo; esse momento acabará por chegar, porque quando se força as coisas, não resulta. Não sinto qualquer pressão em relação ao recorde mundial, desde que consiga um bom tempo e vença a corrida."

Acrescentou ainda: “Quando chegar o momento de bater o recorde mundial, nem vou sentir que o bati, mas se tentar forçar, nem sequer vai acontecer.”
Wanyonyi concluiu: “Correr sob pressão não resulta, porque se estiveres pressionado, perdes o foco. Quando há demasiada pressão, as expectativas aumentam e isso pode levar à derrota. Só é preciso um pouco de pressão.”
Na corrida disputada no emblemático Estádio de Londres, Rudisha liderou do início ao fim para conquistar o ouro naquela que foi considerada “A Melhor Corrida de 800 Metros de Sempre”. Com isso, tornou-se o primeiro e, até agora, único atleta a baixar da barreira de 1:41 nos 800m. Desde o arranque da final, liderou e distanciou-se do restante pelotão após 200 metros, completando a primeira volta em 49.28 segundos.
Numa entrevista recente, admitiu que o recorde dos 800m está em risco e pode ser batido a qualquer momento.
"Agora existe tecnologia e spikes. Estão a usar spikes e alguns dos melhores sapatos, e o treino também é mais científico. Será bom vê-los finalmente atingir esse limite, porque os recordes mundiais são sempre muito especiais,” afirmou Rudisha, citado pela Mozzart Sports: “Posso já não estar a correr, mas estabeleci o padrão. Quando chegámos à pista, já havia recordes de atletas que vieram antes de nós. Esse é o patamar que deixei antes de abandonar as pistas, e todos os atletas que surgem olham para esse recorde. É bom vê-los a lutar para o alcançar.”
Rudisha apontou ainda Wanyonyi como possível sucessor: “Como o Wanyonyi é agora o segundo mais rápido. Se continuar a treinar bem e a esforçar-se, é apenas uma questão de tempo até bater o recorde. Isto é algo que só se vê uma vez na vida. Desejo-lhes o melhor e vejo que estão cada vez mais perto do recorde.”
Com 18 anos, Wanyonyi terminou na quarta posição nos Mundiais de Atletismo de 2022.