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Atletismo: Yulimar Rojas regressa para ganhar o Mundial

Yulimar Rojas, durante uma das suas últimas competições em 2023 antes da sua terrível lesão
Yulimar Rojas, durante uma das suas últimas competições em 2023 antes da sua terrível lesãoFabrice COFFRINI / AFP
Com esperanças renovadas e um novo visual, com o cabelo mais comprido do que o habitual: Yulimar Rojas (29 anos) garantiu em entrevista à AFP em Tóquio que se sente como nos seus melhores dias e que chega ao Mundial determinada a "dar tudo" para ganhar o ouro no triplo salto no seu tão esperado regresso.

A estrela venezuelana, detentora do recorde mundial (15,74 metros) e que procura o quinto título mundial consecutivo ao ar livre, não compete no triplo salto há dois anos devido a uma grave lesão no tendão de Aquiles esquerdo, sofrida em abril de 2024.

A sua longa convalescença terminará simbolicamente na terça-feira, 16, quando competir na jornada de qualificação da sua prova, com a missão de chegar à final na quinta-feira, 18.

Como se sente física e mentalmente antes deste regresso? "Sinto-me muito bem, física e mentalmente estou preparada. Estou com vontade. Sinto-me muito motivada e muito entusiasmada por estar aqui em Tóquio, que é sempre um lugar especial para mim. É um lugar que me dá a oportunidade de regressar a um campeonato, o que, após este tempo de espera, já é algo importante para mim. Vou tentar fazê-lo da melhor forma possível".

Chega a 100% a este Mundial apesar de estar há dois anos sem competir? "É verdade que desta vez é um pouco diferente para mim. Tive um ano com muitos altos e baixos na recuperação. Sinto que estou num bom momento da minha carreira, com mais maturidade, com mais vontade, com um impulso extra que é tentar conservar o meu título. E também tenho a experiência necessária para poder chegar aqui e tornar isso realidade. Continuo a ser a mesma Yulimar, com a mesma vontade de sempre, com o mesmo objetivo de sempre e a mesma ilusão. Mas, acima de tudo, sinto-me experiente e madura. Vim aqui para dar tudo".

Na sua ausência, outras competidoras conseguiram conquistar títulos no triplo salto, quem será a sua principal rival neste Mundial? "O triplo salto manteve-se ao mesmo nível. Leyanis (Pérez) tem vindo a ganhar consistência com as suas marcas, (Liadagmis) Povea também está lá. E a campeã olímpica, (Thea) LaFond, será também uma adversária a ter em conta. Mas, acima de tudo, a minha rival sou eu mesma, sempre tive presente que a rival mais forte para mim sou eu mesma, é a minha cabeça, o que posso fazer e o que posso alcançar. Isso é o primordial. É preciso respeitar as rivais, porque têm nível para conseguir um bom salto, mas eu tenho de ter confiança. Se Yulimar estiver lá, será uma grande competição".

Missão: superar Pedroso

Em Tóquio, conquistou o ouro olímpico e bateu pela primeira vez o recorde mundial. Tem uma ilusão especial por o tão esperado regresso ser nesta cidade? "Totalmente. Tóquio é um lugar que me traz muito boas recordações, sobretudo é um lugar mágico, que para mim é muito importante por tudo aquilo que consegui nos Jogos Olímpicos há quatro anos. Desde que cheguei a Tóquio sinto essa energia bonita, essa boa vibração. Estou muito focada, muito concentrada. Também estou tranquila porque sei que quando chegar o dia vou sair-me muito bem porque me sinto preparada para isso".

Se conquistar a medalha de ouro, será o seu quinto título mundial ao ar livre e ultrapassará os quatro que conquistou no salto em comprimento o seu treinador, o cubano Iván Pedroso, já brincou com ele sobre essa possibilidade? "Estou muito perto! É sem dúvida um dos meus grandes desafios (risos). Tive uma paragem devido à lesão, mas isso não me tirou a vontade de ir atrás desse grande objetivo. Ele sabe que estou muito perto e também lhe faz muita ilusão. Tóquio é um lugar muito bom para continuar a ganhar títulos e tentar superá-lo, é um momento muito adequado. É difícil, mas estou no caminho e posso conseguir".