O meio-fundista português, de 26 anos, arrebatou a medalha de ouro ao terminar as três voltas e meia à pista do Estádio Nacional do Japão em 3.34,10 minutos, batendo o britânico Jake Wightman, segundo com 3.34,12, e o queniano Reynold Cheruiyot, terceiro com 3.34,25.
Nader, o oitavo campeão do mundo português, conseguiu a quarta medalha portuguesa nos 1.500 metros, depois das duas de Carla Sacramento, ouro em Atenas1997 e bronze em Gotemburgo1995, e da de bronze de Rui Silva, em Helsínquia2005, bem como a 24.ª ao todo em Mundiais ao ar livre.
Na final, marcada pelos problemas físicos do campeão em título, o britânico Josh Kerr, Nader parecia estar ‘fechado’ na última volta, a correr por dentro e rodeado de rivais, mas acabou a passar cinco adversários com a meta à vista, para vencer por uma ‘unha negra’, dois centésimos de segundo.
O próprio mal conseguia acreditar, mostrando a face do espanto ao olhar para os ecrãs para ver um ‘1’ dourado, e depois celebrou com a comitiva portuguesa um ouro que vai receber na quinta-feira, por volta das 10:10 de Lisboa, nas imediações do Estádio Nacional.
Antes da última final do dia, ‘órfã’ de Jakob Ingebrigtsen e Azzedine Habz, ‘estrelas’ da distância eliminadas com surpresa na qualificação, o italiano Mattia Furlani conquistou o ouro no salto em comprimento, com um ensaio de 8,39 metros.
Foi o bastante para o jovem de 20 anos se sagrar campeão, juntando este primeiro grande título ao que conquistou na pista curta, no inverno, e ao bronze em Paris2024, à frente do jamaicano Tajay Gayle (8,34) e do chinês Yuhao Shi (8,33).
De fora ficou, também com relativa surpresa, o campeão do mundo em Budapeste2023 e melhor saltador do ano, o grego Miltadis Tentoglou, num desapontante 11.º lugar, com 7,83 metros.
Ainda nos saltos, neste caso com vara, a norte-americana Katie Moon revalidou o título mundial, ‘vingando’ a prata nos Jogos Olímpicos Paris2024, ao conseguir passar por cima da fasquia colocada a 4,90 metros.
Sandi Morris deu a ‘dobradinha’ aos Estados Unidos com 4,85, na quarta prata da carreira, depois de 2017, 2019 e 2022, enquanto a eslovena Tina Sutej completou o pódio, com 4,80 metros como melhor ensaio.
Nos 3.000 metros obstáculos, surpresa para a campeã olímpica, Winfred Yavi, do Bahrain, que ficou em segundo atrás da queniana Faith Cherotich, que fixou um novo recorde dos campeonatos, com 8.51,59 minutos.
Cherotich, bronze nos últimos Mundiais e nos Jogos Olímpicos Paris2024, deixou Yavi a distância e a etíope Sembo Almayew em terceiro, em final marcada pela queda dura de Peruth Chemutai, do Uganda.
Campeã olímpica neste estádio, em Tóquio2020, Chemutai foi transportada para o hospital de ambulância após a queda, numa barreira, a 1.000 metros da meta.
Fora do programa das finais, o campeão do mundo, o norte-americnao Noah Lyles, e o olímpico, Letsile Tebogo, apuraram-se hoje para as semifinais nos 200 metros, acontecendo o mesmo com a ‘estrela’ dos 400 metros barreiras, a neerlandesa Femke Bol, apurada sem surpresa para a final de uma distância em que Fatoumata Diallo bateu o recorde nacional, agora em 54,45, mas não avançou.
Bol, que foi terceira em Paris2024, procura revalidar o título de Budapeste2023 e tem caminho mais facilitado pela ausência da recordista mundial, a norte-americana Sydney McLaughlin-Levrone, que anunciou que vai correr apenas os 400 metros.
Entre masculinos, o campeão em título Karsten Warholm seguiu em frente sem dificuldades, assim como Melissa Jefferson-Wooden nos 200 metros, em que procura a ‘dobradinha’ após vencer nos 100, enquanto o português Pedro Pichardo avançou para a final do triplo salto no regresso à pista em que foi campeão olímpico.