Mais

Atletismo: Duplantis aponta alto nos Mundiais de pista coberta com grandes ausências

Armand Duplantis é a grande figura na China
Armand Duplantis é a grande figura na ChinaJonathan NACKSTRAND / AFP
Numa edição marcada por numerosas ausências, o prodígio do salto com vara Armand Duplantis estará em destaque nos Campeonatos do Mundo de Atletismo em recinto fechado, que se realizam em Nanjing (China) de sexta-feira, 21 de março, a domingo, 23 de março.

Na última edição, em Glasgow (Reino Unido), a lista de participantes incluía, de facto, nomes como a neerlandesa Femke Bol, o norueguês Karsten Warholm e, sobretudo, os velocistas que meses mais tarde ganhariam o ouro olímpico nos 100 metros, o americano Noah Lyles e o santa-lucense Julien Alfred.

Nenhum deles estará na China desta vez, onde 127 países estarão representados, com 11 atletas que vão defender os títulos mundiais indoor do ano passado e 20 medalhados olímpicos de Paris.

6.28?

Duplantis, já um atleta lendário aos 25 anos e aparentemente sem teto, bateu o recorde mundial do salto com vara pela 11.ª vez na sua carreira, a 28 de fevereiro, em Clermont-Ferrand, França, com 6,27 metros.

"Estou ansioso por competir agora na China, um país onde saltei pela primeira vez no ano passado, em dois meetings da Liga Diamante ao ar livre. Num deles, consegui o recorde do mundo (6,24 m, em Xiamen, em abril de 2024)", recorda "Mondo".

No início desta época, estabeleceu o objetivo de chegar aos 6,30m. A conquista de uma terceira medalha de ouro consecutiva em indoor parece ser uma certeza em Nanjing, sem rivais ao seu nível, e a grande dúvida é se conseguirá voar acima da fasquia dos 6,28m.

Mais uma dobradinha

O outro protagonista da temporada indoor no atletismo foi o corredor norueguês de meia distância Jakob Ingebrigtsen, que em fevereiro bateu os recordes mundiais dos 1500m e da milha (1.609m).

Ao contrário de Duplantis, ele competiu recentemente nos Campeonatos Europeus Indoor em Apeldoorn (Países Baixos) e ganhou uma dupla medalha de ouro nos 1500-3000m, um objetivo que tentará repetir nos Campeonatos do Mundo.

O americano Grant Holloway e o bahamense Devynne Charlton vão defender os seus títulos nos 60 metros barreiras, enquanto a campeã olímpica ucraniana Yaroslava Mahuchikh, medalha de prata em Glasgow no ano passado, vai tentar subir ao pódio no salto em altura.

Cuba e o salto triplo

Sem a dominicana Marileidy Paulino, que prioriza a temporada ao ar livre que culminará no Campeonato Mundial de Tóquio em setembro, e a venezuelana Yulimar Rojas, que está na fase inicial de seu retorno às pistas após uma grave lesão, o atletismo latino-americano terá pouco destaque.

Apesar da ausência de Rojas, o salto triplo é a disciplina onde as opções são maiores, principalmente com Leyanis Pérez, líder do ranking da temporada e que no ano passado ganhou a prata no Campeonato Mundial de Glasgow, onde foi a única medalhista latino-americana.

As compatriotas Liadagmis Povea e Lázaro Martínez, que foi campeão mundial indoor em 2022, também parecem ter opções para lutar pelos metais.

A Espanha também tem o seu principal trunfo no Triplo Salto, com Ana Peleteiro, medalha de bronze mundial indoor no ano passado, que ganhou o ouro nos Campeonatos Europeus Indoor no início deste mês.

Adiado devido à pandemia

A realização do Campeonato do Mundo de Atletismo em Nanjing também põe fim à reprogramação dos calendários do Mundial de Atletismo devido à pandemia.

Inicialmente, estava previsto realizar-se em março de 2020, mas o surto da pandemia de covid-19 e as consequentes restrições fizeram com que fosse adiado sucessivamente para 2021, 2023 e finalmente para 2025.

Pelo meio, realizaram-se duas outras edições na Europa, Belgrado-2022 e Glasgow2024, respeitando a tradição de esta competição se realizar em anos pares.