Este é o torneio desportivo internacional de maior relevância na história da Nicarágua. O país centro-americano tem tido uma deriva autoritária sob o governo do presidente Daniel Ortega e da sua esposa e copresidente, Rosario Murillo, pelo que enfrenta sanções dos Estados Unidos e da União Europeia.
A 20.ª edição do torneio mais relevante do basquetebol americano será disputada em três grupos de quatro equipas cada. Aos quartos de final avançarão os dois primeiros de cada grupo, além dos dois melhores terceiros.
A Argentina – campeã da última edição do torneio, disputada em Recife (Brasil) em 2022 – enfrentará o país anfitrião na jornada inaugural e a Colômbia enfrentará a República Dominicana no Grupo C.
Os albicelestes procuram recuperar parte do prestígio perdido. Ausentes no último Mundial e nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, chegam com uma equipa renovada e com figuras como o extremo Nicolás Brussino, que fez uma magnífica época no Gran Canaria.
Também estão programados para sexta-feira os dois compromissos do Grupo B: Panamá frente a Porto Rico e Venezuela frente ao Canadá.
“Confiamos nas nossas habilidades, só temos de ser humildes e trabalhar duro”, disse à imprensa nicaraguense o ala-pivô canadiano Thomas Kennedy, que reconheceu que entre os rivais “há equipas muito boas”.
Estados Unidos, eternos favoritos
Os Estados Unidos, líderes do palmarés da Copa América, estreiam-se no sábado frente às Bahamas, em duelo do Grupo A.
Dois jogadores do combinado norte-americano – Langston Galloway e Jerian Grant – têm experiência na NBA, mas agora jogam em ligas europeias. Apesar de chegarem ao torneio, como é habitual, sem as suas principais figuras, a equipa norte-americana tem peso suficiente para ser favorita.
“Viemos aqui para jogar o nosso melhor basquetebol e isso significa ganhar”, disse à imprensa de Manágua o técnico dos Estados Unidos, Stephen Silas.
Também no Grupo A, o Brasil enfrentará o Uruguai. Os auriverdes contam com o pivô Bruno Caboclo, com passado na NBA, e um plantel sólido dirigido por Aleksandar Petrovic que inclui o base Alexey Borges.
Todos os encontros serão disputados no Polideportivo Alexis Argüello, em Manágua, com capacidade para 8.000 espectadores, e a final e o duelo pelo terceiro lugar serão disputados no domingo, 31 de agosto.
Os Estados Unidos conquistaram sete títulos nas 19 edições anteriores da AmeriCup, seguidos pelo Brasil com quatro, e Argentina e Porto Rico com três cada um.
“Com o que temos vamos dar a nossa melhor versão (...), temos jogadores que foram à Olimpíada no ciclo passado e um grupo de jogadores também que são novos”, afirmou o treinador de Porto Rico, Carlos González, à imprensa nicaraguense.
Duas bandeiras
A AmeriCup 2025 decorre no meio de atritos diplomáticos entre os Estados Unidos e a Nicarágua.
O Departamento de Estado norte-americano incluiu esta semana a Nicarágua na sua lista de países com “alto risco de detenção injusta e arbitrária de cidadãos norte-americanos”, pelo que desaconselhou a sua visita.
As outras nações da lista são Venezuela, Coreia do Norte, Rússia, Irão, Afeganistão, Birmânia e Eritreia.
O casal presidencial nicaraguense procurou destacar a importância de a Copa América se realizar no seu país, pelo que enviou um dos seus filhos para abandeirar a seleção nacional.
“Queremos transmitir o abraço, a saudação, o carinho dos copresidentes, comandante Daniel e companheira Rosario, a todos os atletas, à equipa técnica e à federação”, disse Maurice Ortega Murillo na cerimónia.
O filho dos copresidentes não só entregou um emblema nacional azul e branco à equipa de basquetebol da Nicarágua, como também uma bandeira vermelha e preta da governante Frente Sandinista.