Antes do jogo histórico pela medalha de ouro do Campeonato da Europa, os campeões do mundo festejaram juntos, como uma grande família, mas a fome permaneceu. Mais uma vez, os jogadores de basquetebol da Alemanha tiveram um encontro com a história. E com uma espera de 32 anos, a prata não seria suficiente. Trata-se da coroação definitiva desta geração de ouro.
Em busca do sucesso histórico
"Não estamos a jogar pela prata. Jogamos um bom torneio até agora, mas ainda temos um pouco de potencial para melhorar", disse Wagner antes da final do Campeonato Europeu contra a Turquia em Riga, este domingo (19:00).
O co-técnico Alan Ibrahimagic também deixou claro ao microfone da ARD: "O que importa é o ouro. Não estamos nem a pensar na prata".
A terceira medalha em quatro anos é certa, mas as fronteiras do basquetebol alemão há muito que mudaram. Depois do sensacional título do Campeonato do Mundo, há dois anos, o capitão Dennis Schröder e companhia anseiam por levar para a Alemanha o troféu do Campeonato da Europa, pela segunda vez desde 1993 - e, assim, também a rara dobradinha de ouro. Até agora, apenas a União Soviética, a Jugoslávia e a Espanha conseguiram ser campeões do mundo e da Europa ao mesmo tempo.
Para que tal aconteça, os comandados do selecionador nacional Àlex Mumbrú terão provavelmente de realizar a sua melhor prestação no torneio. Depois de algumas exibições tremidas nos oitavos de final, e nos quartos de final, contra Portugal e Eslovénia, bastou uma exibição sólida na meia-final de sexta-feira contra a Finlândia (98-86).
No final, foi sobretudo o líder Schröder que carregou a sua equipa com 26 pontos e 12 assistências. Para a medalha de ouro, segundo Schröder, os alemães "têm de estar concentrados, jogar em conjunto, trabalhar ainda mais na defesa, jogar rápido e fazer muitos lançamentos de três pontos".
O teste mais difícil
Os turcos serão, sem dúvida, o teste mais difícil do verão até agora para a Associação Alemã de Basquetebol (DBB).
"Não é um passeio no parque no domingo. Temos de fazer por merecer esta medalha de ouro. Os rapazes são muito, muito bons", afirmou no podcast "Abteilung Basketball" o campeão mundial Moritz Wagner, que está a cobrir os jogos como especialista no MagentaSport, devido a uma rutura do ligamento cruzado. Tal como a seleção alemã, a Turquia tem oito vitórias em oito jogos.
Por isso, a Alemanha foi avisada. Na sexta-feira, a equipa liderada pelo pivot da NBA, Alperen Sengün, derrotou a Grécia e a superestrela Giannis Antetokounmpo na meia-final por 94-68.
O facto de o Presidente Recep Tayyip Erdogan estar a planear uma visita à final, tal como noticiado pelo Bild, deverá dar aos turcos uma motivação adicional na busca do seu primeiro título de campeão europeu.
"Sengün espera por um grande jogo"
Em termos desportivos, a qualidade dos turcos já era evidente durante os preparativos para a Supertaça em Munique, quando a Alemanha venceu por pouco (73-71).
"Eles são muito maiores do que as outras equipas e muitas vezes jogam com dois grandes jogadores. Teremos de mudar um pouco as coisas. Mas estamos a concentrar-nos em nós próprios e vamos estar preparados", afirmou Ibrahimagic.
Em particular, o jogador de 2,06 metros de altura, Sengün, que é muitas vezes comparado ao sérvio Nikola Jokic devido às suas habilidades de passe e arremesso, pode causar problemas aos alemães.
O profissional dos Houston Rockets, observou Moritz Wagner, é provavelmente "um verdadeiro grande homem que joga a um nível elevado" como adversário dos alemães pela primeira vez no torneio. Os alemães terão, por isso, de melhorar a sua capacidade de recuperação, um ponto fraco na fase a eliminar. Porque a prata não é uma opção.