“O que sinto por ser capitão desta equipa? Em primeiro lugar, muito orgulho, tenho mesmo muito orgulho em ser capitão da seleção”, afirmou à agência Lusa o 11 luso, que chega à fase final do Europeu com 121 jogos pela equipa principal.
A função não pesa: “Acaba por ser algo natural e ao mesmo tempo fácil, para mim, derivado dos colegas que tenho. É um grupo em que já nos conhecemos muito bem uns aos outros, em que sei, perfeitamente, quando tenho de falar, quando não tenho de falar”.
“Por isso, é um orgulho enorme, é das coisas que mais me orgulho na minha vida”, frisou o jogador de 34 anos, que se estreou na seleção das quinas em 13 de julho de 2013, pouco depois das anteriores participações lusas em Europeus (2007 e 2011).
Foi um longo percurso até conseguir recolocar Portugal numa quarta fase final, pois a seleção lusa também tinha estado, por convite, na edição de 1951.
“Passámos muito para chegar aqui. Houve uma altura em que não tínhamos 12 jogadores para jogar um último jogo de qualificação para um Europeu”, lembrou, acrescentando que muito mudou, pois “esta nova geração mostrou uma grande ambição, desde o primeiro momento, de voltar a estar no Eurobasket, de subir o nível de Portugal”.
O processo foi desgastante: “Foi muito trabalho, muitas derrotas, muitas viagens frustrantes, viagens longas, com derrotas pesadas, o que nos custava sempre. Foram momentos difíceis que me deram bagagem, que nos deram bagagem, para poder ganhar muitos jogos agora nesta fase”.
“Eu não gosto de comparar, mas esta geração realmente tem um orgulho enorme de jogar por Portugal, tem uma ambição muito grande, são jovens e querem fazer algo pelo basquetebol português, e por eles próprios. Para que a equipa suba de nível, ajuda sempre quando queres ser melhor jogador, ajuda sempre se toda a gente fizer isso”, frisou.
Esta equipa não se construiu, porém, de um dia para o outro, sendo que “os primeiros anos foram difíceis”, mas “de estágio para estágio”, começou a “crescer” e “o nível subiu bastante”, sendo que também foi determinante estabelecer uma meta.
“Acho que o facto mais importante é que tínhamos um objetivo muito claro e toda a gente, desde o início, o assumiu como sendo um grande objetivo. Esse foco foi decisivo para conseguir este apuramento”, frisou à Lusa.
Portugal está na fase final e vai competir com as melhores seleções europeias, sendo que, no Grupo A, em Riga, jogará com Sérvia, Turquia, a anfitriã Letónia, República Checa e Estónia, precisando de ficar num dos quatro primeiros lugares para seguir em frente, que é o objetivo claro.
“O nosso objetivo é passar a fase de grupos”, disse, sem hesitar, acrescentando: “Temos de nos focar jogo a jogo, primeiro a República Checa. Se eu for a pensar que vou ganhar três jogos... acho que não é por aí que temos de ir, acho que temos de ir pelo primeiro jogo. E é isso que vamos fazer”.
E não há como fugir à importância que pode ter, numa competição curta, esse primeiro embate: “É importantíssimo, é claro que começar bem é sempre muito bom, dá-nos outra confiança, uma confiança ainda maior, para enfrentar os jogos seguintes. Mas não é decisivo”.
“Temos de jogar, pensar que é mais um jogo de basquetebol, num palco muito grande, e temos de ter essa caixa, temos de ter esse peito de perceber, sem estarmos muito nervosos, mas também de perceber, que temos de dar passos em frente, e acho que a equipa o vai conseguir fazer”, garantiu à Lusa o capitão.
Para isso, Portugal não terá de se transcender, mas precisa de jogar ao seu melhor nível: “Quando começou o estágio, disse aos meus colegas que o nosso melhor, então, não era o suficiente, mas tinha a certeza absoluta que quando chegasse o Europeu, o nosso melhor no momento ia chegar. E é nisso que eu acredito”.
“Temos de ser melhores todos os dias, temos de dar o nosso melhor todos os dias. Aqui não há 110%, há 100%. Dar 100% todos os dias, para irmos crescendo gradualmente. Não precisamos de crescer muito, é um passinho de cada vez. Vamos estar preparados e tenho a certeza que o nosso melhor no dia 27 de agosto vai ser suficiente”, concluiu Miguel Queiroz.
A fase final do Europeu de 2025, que será a 42.ª edição do evento, realiza-se na Letónia, Chipre, Finlândia e Polónia, entre 27 de agosto e 14 de setembro.