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Eurobasket: Portugal já cumpriu objetivos e ainda assustou Sérvia

Neemias Queta em destaque
Neemias Queta em destaquesra Bilgin / ANADOLU / Anadolu via AFP
Portugal já cumpriu os seus objetivos no Eurobasket-2025, ao conseguir o apuramento para os oitavos, com as vitórias que poderia alcançar no Grupo A, com República Checa e Estónia, e o extra de ter assustado a Sérvia.

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Sem receios, o selecionador Mário Gomes e restante estrutura assumiram desde o dia do apuramento, em fevereiro, ainda sem conhecer adversários, que o objetivo para a quarta presença num Europeu, depois de 1951, 2007 e 2011, era ultrapassar a fase de grupos e a equipa não falhou.

Um indispensável triunfo a abrir, com os checos (62-50), e um dramático sucesso a fechar, face aos estónios (68-65), valeu a Portugal o quarto lugar do Grupo A, o possível, atrás das fortíssimas Turquia, Sérvia e a coanfitriã Letónia.

No fundo, Portugal fez o que era possível, caindo, com toda a naturalidade perante Sérvia (69-80), face à qual perdia por apenas sete pontos a 1.40 minutos do fim, Turquia (54-96), logo no dia seguinte, num jogo em que não competiu, e Letónia (62-78), vítima de 11 triplos do adversário na primeira parte.

De uma forma ou de outra, seriam sempre três jogos em que a seleção lusa estaria condenada à derrota, até porque, depois do triunfo a abrir, era preciso guardar forças para o derradeiro embate, a anunciada final com a Estónia.

Para os oitavos, Portugal, como as restantes equipas, tem, pela primeira vez, dois dias de intervalo, mas a tarefa parece uma nova missão impossível: a Alemanha é a campeã mundial em título e atingiu as meias nas últimas três grandes provas.

Os germânicos foram terceiros no Europeu de 2022, venceram o Mundial de 2023, com um 83-77 à Sérvia na final, e, no ano passado, ficaram no quarto lugar nos Jogos Olímpicos Paris-2024, onde os sérvios se vingaram, roubando-lhes o bronze.

Assim, será certamente com dois triunfos e cinco derrotas que fechará a quinta participação lusa e segundo com nota positiva, depois do nono lugar de 2007, em Espanha, conseguido com dois triunfos, face a Letónia e Israel, e quatro derrotas.

Então, Portugal foi terceiro no seu grupo, à frente da Letónia, e atrás de Croácia e Espanha, e rumou à segunda fase, na qual, e transportando os desaires com croatas, bateu os israelitas entre desaires com Rússia e Grécia.

Na estreia, em 1951, Portugal ganhou três jogos, mas um foi por falta de comparência (Roménia) e os outros dois na fase de apuramento do nono ao 16.º colocados (Suíça e Escócia), que já não existe, e, em 2011, na anterior presença, há 15 anos, contou por derrotas os cinco jogos realizados.

Em termos individuais, o base Rafael Lisboa pode considerar-se o grande herói do apuramento, já que foi ele que, face à Estónia, marcou os últimos sete pontos lusos, virando um 61-64 num 68-65 no derradeiro minutos do encontro. Nota máxima.

Filho do enorme Carlos Lisboa, o jogador de 25 anos, do Ourense, de Espanha, não poderia ter celebrado da melhor forma o 50.º jogo na seleção principal, sendo o melhor marcador luso no encontro, com 17 pontos, mais cinco assistências.

Rafa brilhou na ausência de Neemias Queta, a grande estrela lusa, o nosso jogador da NBA, poste dos Boston Celtics, que, após somar o 15.º ponto, viu a segunda técnica, por alegados excessos nos festejos, e acabou expulso.

Então, curiosamente, viu-se o melhor Portugal, não apenas Lisboa, mas toda a equipa, que deu, em conjunto, um passo em frente, todos deram mais algo, sobretudo defensivamente, sendo de destacar Travante Williams, o capitão Miguel Queiroz, Diogo Brito, Diogo Ventura e as entradas importantes de Daniel Relvão, a fazer de Neemias, e Diogo Gameiro.

Apesar deste percalço, Neemias é o melhor marcador luso na prova, com média de 15,0 pontos, mais 7,4 ressaltos, e também o jogador que teve a prestação mais marcante, quando, a abrir, brindou os checos com 23 pontos e 18 ressaltos.

Travante Wiliams, com 11,6 pontos de média, mais 5,0 ressaltos e 3,0 roubos de bola, e Rafael Lisboa, com 11,2 pontos, mais 3,6 assistências, são os outros jogadores lusos acima dos 10,0 pontos de média, enquanto Miguel Queiroz, que se fica pelos 4,6, é o segundo melhor ressaltador, com 5,2.