Reveja aqui as principais incidências da partida
O último jogo da fase de grupos do Eurobasket-2025 para Portugal era uma final. As contas eram simples: vencer e ir para os oitavos de final pela primeira vez desde 2007 (a única em que passou da fase de grupos), perder e regressar a Lisboa com um sabor agridoce na boca.
De todos os adversários que Portugal sabia ter pela frente, a Estónia era a única seleção sem jogadores na NBA, mas com uma intensidade física assinalável e um autêntico mar azul nas bancadas que fazia a curta deslocação entre Tallin e Riga para demonstrar todo o apoio à Estii.
A partida já se sabia que ia ser equilibrada e nos primeiros períodos isso ficou provado. Quer Portugal, quer a Estónia no lançaram particularmente bem, mas ambas foram alternando boas sequências que deixaram o resultado de 32-27 ao intervalo, favorável aos bálticos. Os linces conseguiam ir tendo algum impacto nas tabelas (o primeiro ressalto ofensivo adversário foi apenas no segundo período), mas eram perdulários na altura de lançar de três (18,2%).
Sem Neemias Queta
A segunda parte começou muito semelhante aos dois primeiros períodos. A Estónia arrancou com um 5-0, Portugal conseguiu recuperar, mas na altura que passou para a frente (37-38) surgiu um grande contratempo.
Os bálticos eram físicos e não perdiam uma oportunidade de desconcentrar a estrela portuguesa, com pequenos toques e empurrões após o apito. E Neemias (15 pontos, três ressaltos, um roubo de bola e um desarme de lançamento) sucumbiu a essas picardias. Levou uma primeira técnica numa picardia com Treier, e depois afundou sobre Mathias Tass e festejou, de forma exagerada, segundo a arbitragem. Segunda técnica e exclusão.
O choque era visível na cara de Mário Gomes. Sem desprimor para os restantes 11 convocados, mas na final, Portugal ficava sem a estrela, um jogador diferenciado e num nível muito acima de todos os outros. Contudo, a história desta equipa é de superação.
Miguel Queiroz (sete pontos só no terceiro período) e Daniel Relvão colmataram a ausência do poste português, Portugal abriu o quarto período com três triplos consecutivos – Rafael Lisboa, Diogo Gameiro e Diogo Ventura. A Estónia que tão bem preparou o jogo para parar Neemias Queta, perdeu as referências defensivos e à entrada para os quatro minutos finais a vantagem era portuguesa (53-60).
Contudo, esta Estónia não baixou os braços. Depois de minutos de desorientação, três triplos de Konontsuk (17 pontos) sacou de dois triplos e 1:44 minutos do final, os bálticos voltaram para a frente (62-61). Mário Gomes parou o jogo, Ventura falhou um primeiro triplo, o adversário voltou a marcar, mas Rafael Lisboa teve espaço do meio da rua, imitou o pai e empatou a partida a 55 segundos do fim (64-64).
Um minuto final intenso para decidir a partida. Konontsuk falhou um lance livre (65-64), Travante conseguiu o ressalto, Rafael Lisboa penetrou e foi travado em falta, mas converteu (65-66). A última posse de bola era da Estónia, Miguel Queiroz travou Kullamäe e deixou Portugal com o triunfo na mão a 4,7 segundos do fim. Rafael Lisboa fez os dois lançamentos finais (65-68) e ajudou a fazer história.
Sem o principal farol, Portugal conseguiu navegar o mar azul e encontrar bom porto. A seleção nacional passa no quarto lugar do Grupo A e espera agora pelo líder da poule B, que deverá ser a Alemanha. O encontro será no sábado.