Liderado pelo craque Neemias Queta, jogador que pouco tem contado na NBA e nos Boston Celtics, o conjunto das quinas saiu de Riga com duas vitórias, face a equipas mais cotados, como República Checa e Estónia, e ainda o mérito de assustar dois gigantes, como Sérvia e Alemanha.
A formação comandada por Mário Gomes só não conseguiu competir com a Turquia, que apanhou um dia depois de jogar com os sérvios, e com a Letónia, vítima da chuva de triplos dos coanfitriões na primeira parte.
Nas contas finais, só deu para o 15.º lugar, a mesma classificação de 1951 (mas não comparável, porque na estreia caiu logo na fase de grupos), mas com uma prestação global que não perde sequer para a de há 18 anos.
Em 2007, as mesmas duas vitórias foram maximizadas, pois a primeira, com a Letónia, após derrotas com Rússia e Croácia, valeu o acesso à segunda fase, na qual mais um triunfo, com Israel, foi suficiente para o nono posto final.
Desta vez, Portugal conseguiu os mesmos dois triunfos, em mais um jogo (seis), e foi o único do Pote 6 do sorteio a chegar aos oitavos, sendo que, entre os dois últimos potes (5 e 6), só teve a companhia da Bósnia-Herzegovina.
Ao chegar à fase a eliminar, o conjunto das quinas conseguiu, desde logo, concretizar o objetivo a que se tinha proposto, logo em fevereiro, após o apuramento e sem conhecer quais os adversários que iria enfrentar.
Partindo do 56.º do ranking FIBA, o conjunto luso, a repetir as presenças de 1951, 2007 e 2011, conseguiu um indispensável triunfo a abrir, com a República Checa, 19.ª, por 62-50, e, a fechar, numa verdadeira final, selou o apuramento face à Estónia, 43.ª, que bateu por 68-65.
Estes dois triunfos valeram o quarto lugar do Grupo A, atrás de Turquia (54-95), 27.ª da hierarquia mundial, Sérvia (69-80), segunda, e Letónia (62-78), nona, três seleções que Portugal não podia vencer.
O poste Neemias Queta liderou a equipa, com 15,5 pontos, 8,0 ressaltos e 1,7 desarmes de lançamento, secundado pelo extremo Travante Williams, com 11,0 pontos, 4,7 ressaltos e 2,5 roubos de bola, o base Rafael Lisboa, com 10,0 pontos e 3,7 assistências, e o extremo/poste e capitão Miguel Queiroz, com 4,2 pontos e 5,0 ressaltos.
Rafael Lisboa, filho do enorme Carlos Lisboa, acabou por ser também o grande herói do apuramento, já que foi ele que, face à Estónia, marcou os últimos sete pontos lusos, virando um 61-64 num 68-65 no derradeiro minutos do encontro.
Na estreia na Xiaomi Arena, em Riga, em 27 de agosto, Portugal sabia que tinha de vencer a República Checa e não falhou, liderado por um enorme Neemias Queta, autor de 23 pontos e 18 ressaltos.
Dois dias volvidos, seguiu-se a Sérvia, de Nikola Jokic, então a mais forte candidata ao título, e a formação das quinas competiu, e de que maneira, pois, a 1.40 minutos do final, perdia por apenas sete pontos (67-74).
A Turquia chegou no dia a seguir e Portugal pagou caro o back to back, ao perder com a Turquia por 41 pontos (54-95), num embate em que Alperen Sengün destroçou a equipa lusa com 20 pontos na primeira parte.
Depois de três jogos mornos em assistências, Portugal teve, em 01 de setembro, um novo adversário, o público, e, já mais preocupado com a final com a Estónia, perder por 78-62 com a Estónia, de Kristaps Porzingis, num jogo em que os coanfitriões acertaram 11 triplos na primeira parte.
Após quatro jornadas, a equipa de Mário Gomes estava como havia idealizado, a depender de si, de um triunfo, para conseguir um lugar nos oitavos de final, ainda que não parecesse fácil, face a um Estónia também, praticamente, a jogar em casa e que só perdera com a Letónia por 72-70.
E, em 03 de setembro, Portugal não falhou e fê-lo, ainda para mais, sem a sua grande figura desde o meio do terceiro período: depois de rematar um parcial de 11-0, que permitiu à seleção lusa virar de 27-37 para 38-37, Neemias Queta foi expulso, por uma segunda falta técnica.
Mário Gomes diria, depois, em conferência de imprensa, que era “muito fácil” mostrar uma técnica a um jogador português e a verdade é que Neemias só festejou com raça, numa jogada que se repete, quase em todos os jogos.
Foi a altura de a equipa se agigantar e ir buscar o triunfo ao fundo da alma, mostrando ser bem mais do que um jogador e evitando ter de se desculpar com a expulsão.
Aí, Portugal fechou o seu Eurobasket2025, mas ainda havia uns oitavos para jogar, face à seleção campeã mundial, a Alemanha, de Dennis Schröder e Franz Wagner, que tinha cilindrado todos os adversários no Grupo B.

A seleção lusa, desfalcada de Diogo Ventura, foi, porém, brilhante durante três períodos, ao fim dos quais só perdia por um ponto (51-52), para espanto geral, depois de ter chegado ao intervalo um acima (32-31).
No último período, a Alemanha, terceira do ranking mundial e agora grande candidata ao título, começou a acertar e, com um parcial de 33-7, escreveu um triunfo claro (85-58), depois de, assim pareceu, ter duvidado.
Portugal saiu, porém, de cabeça bem levantada, mas não pode ser até daqui a 14 anos.