Ricardo Vasconcelos (selecionador português):
“Não foi um bom jogo para nós. Acredito que perdemos muitos lances livres, não conseguimos os triplos que precisávamos no ataque, não tivemos boas ideias. De alguma forma, não conseguimos jogar o nosso jogo. Na defesa, em alguns momentos, estivemos bem, mas depois de não marcar uma, duas, três, quatro vezes, ficamos frustrados. É difícil. Acredito que deixamos eles pegar muitos ressaltos ofensivos, e devíamos ter partilhado mais a bola no ataque. É um processo de aprendizagem. Ainda temos mais um jogo para ganhar, é nisso que temos de nos concentrar agora.
(Sete minutos sem marcar decidiram jogo) Sim, de alguma maneira sim. Porque obviamente que são sete minutos frustrantes. Isto é um jogo de dinâmicas e de energias. Fazes três coisas bem e motivamo-nos, fazemos uma mal e caímos. Fazemos sete minutos maus e é uma dinâmica muito difícil de voltar a recuperar. É o pior período em tudo. Acabamos o pior também em defesa. Porque depois não marcamos nenhuma bola e só temos nenhuma ideia.
É evidente que a equipa está desiludida. Essa é a parte boa do processo. Estamos desiludidos porque tínhamos isso de fazer mais, porque de alguma maneira acreditávamos que podíamos fazer mais. Mas ao mesmo tempo é triste saber que não fomos valentes o suficiente para jogar de forma mais livre. E de alguma maneira acreditar mais em nós mesmos. E este é o processo.
Este é o tal processo de aprendizagem. É possível vir várias vezes para perceber o que é que realmente somos capazes de fazer. Infelizmente, não é fácil fazer à primeira. Ainda assim, temos mais um jogo e também é necessário nos focar. Porque este jogo não vamos ganhar. E nós, desde o dia um, sempre tínhamos um objetivo de ganhar um jogo. Portanto, ainda continuamos com o nosso objetivo completamente intacto. Desapareceu o nosso sonho de poder continuar na prova.
No terceiro período as checas pediram dois descontos. Parecia que íamos reagir. Só que, claro, a distância já era demasiado grande. Para recuperar tanto ponto a este nível.As duas equipas também se reorganizam, reajustam. Mas bastavam dois pontos para parar a dinâmica negativa. E, infelizmente para nós, não ficaram sete minutos sem marcar. Porque, se assim fosse, voltaríamos ao jogo. Mas é difícil a este nível passar essas coisas.
A equipa que está em casa, com o seu povo, que tem essa extra, tem este grande objetivo de saber que tinha de ganhar hoje, porque, obviamente, terá muitas dificuldades de poder ganhar domingo a Bélgica. Sem dúvida que o terceiro período é bom. O quarto período tem momentos bons, o primeiro também. Nós não fazemos tudo mal. Mas o nosso grande problema, e isso já nos aconteceu no passado, é que, quando caímos, caímos muito. Portanto, a diferença entre a nossa melhor versão e a nossa pior versão é muito grande. A maior frustração que acho que temos todos é que nunca estivemos ao nosso melhor nível neste europeu ainda. Nestes dois jogos ainda não conseguimos. (...) Temos de realmente reorganizar, reajustar e acreditar que somos melhores que isto. Porque somos melhores que isto.
(Lesão da Laura Ferreira) Neste momento, não faço ideia. Não falei com o departamento médico. Ela estava muito queixosa do pé. Aquele pé é uma reincidência. Tinha dor, vinha de recuperar de uma lesão. Não faço ideia exatamente o que aconteceu nem qual é a dimensão da situação”.
Carolina Rodrigues (jogadora de Portugal):
“Obviamente foi um jogo difícil, como o treinador disse. Não mostrámos a nossa identidade desde o começo. É muito dececionante que não pudéssemos ser nós mesmas durante o jogo, mas o basquetebol é assim. Temos outro jogo no dia depois de amanhã (0domingo), então temos que começar a pensar sobre isso.
Em alguns momentos conseguimos até roubar algumas bolas e provocar dificuldades à Chéquia, mas no ataque não conseguimos concretizar. Claro que isso nos custou e vamo-nos frustrando ao longo do jogo também por isso. Como o Ricardo disse, faltou mexer a bola, faltou movimento. Foi aquilo que trabalhámos este último mês de preparação. Contra o Montenegro será melhor.
É duro. Segunda derrota consecutiva, claro que é duro. Para nós importa muito, porque trabalhámos muito para estar aqui. Temos orgulho naquilo que fizemos, mas queremos sempre mais e queremos estar no nosso melhor sempre. E essa é a nossa mentalidade. E é com essa mentalidade que vamos para o próximo jogo também. Não há tempo para ficar a pensar nesta derrota. Temos de começar a preparar o próximo jogo. É tão simples quanto isso. É duro, mas temos de passar à frente”.
Carolina Cruz (jogadora de Portugal): “Correu-me bem hoje, mas isso foi o trabalho das minhas colegas, porque o basquetebol é coletivo e se não fosse pelo trabalho que nós fazemos todas, eu não me sentia confiante, não tinha as bolas para lançar e elas facilitaram esse processo todo.
Sonhar sonha-se sempre, agora nós viemos aqui com o objetivo que era conseguir a primeira vitória e depois daí logo se via. Infelizmente não conseguimos hoje, é lutar e dar tudo para conseguirmos no domingo.
Hoje entrámos mais descontraídas, não no sentido de ser mais fácil, mas ontem (quinta-feira, frente à Bélgica) os nervos estavam à flor da pele, foi a primeira vez, foi histórico, estava toda a gente nervosa, inclusive nós. Hoje foi mais leve nesse sentido, entrámos com mais vontade, com mais garra, com menos nervos. Infelizmente não foi o suficiente, mas amanhã vamos trabalhar para que seja.
Eu sou conhecida por estar sempre a rir, é o meu tique e sou feliz a jogar basquete, portanto acho que se transmite um bocado pelo meu tique”.
Mariana Silva (jogadora de Portugal):
“Já não houve tantos pontos fáceis (para o adversário), nós entrámos com um plano diferente, tentámos, no início até conseguimos, mas depois com o cansaço já começou a ser um bocadinho mais difícil. Temos de aprender, porque este aqui é um dos maiores palcos e é experiência e temos que trabalhar mais. A bola não entrou e no final começámos a sofrer mais pontos fáceis e tentámos até ao final, mas não conseguimos.
Nós crescemos. O nosso objetivo ao intervalo era diminuir a distância para 10 pontos, porque se estivéssemos a 10 pontos podíamos entrar melhor no jogo, podíamos motivar-nos e fazer com que a Chéquia ficasse de pé atrás connosco. Conseguimos, mas mais uma vez, com o cansaço, voltámos a não conseguir estar lá.
Ficámos todas muito tristes por não termos conseguido o objetivo a próxima fase, mas ainda falta um jogo e vamos tentar continuar a dar o ADN português no próximo jogo. Continuamos com fome de ganhar e queremos sair daqui com uma vitória”.