Ricardo Vasconcelos, selecionador de Portugal
Análise: “Demos um grande passo (rumo ao apuramento), não é? Temos um pé do outro lado, porque passam duas equipas e, obviamente, que o jogo tem que ser muito mau para nós para perder por 30 pontos e perder esta vantagem. Eu acho que temos de ser conscientes que conseguimos também esta vantagem porque fizemos 43% de três pontos, que é uma ótima percentagem e que não conseguimos todos os dias. Mas também temos de ser conscientes que a responsabilidade de sermos melhores não nos permite ir a pensar nos 30 pontos. Permite-nos ir para jogar, para ganhar, porque esta é uma equipa que precisa de saber jogar a ganhar. E então estes jogos são muito importantes para nós".
Mudanças: "Rodámos toda a gente, toda a gente conseguiu marcar pontos, a equipa realmente foi uma boa equipa. E isso também dá um plus ao jogo, dá um brilho diferente. Toda a gente se sentiu útil, toda a gente se sentiu a participar, o que é ótimo".
ADN defensivo: "Nós temos um ADN defensivo que não podemos negociá-lo. Obrigámos a equipa da Islândia a fazer 20 turnovers, nós precisamos disso, nós precisamos de pô-los em desconforto, de jogar fora daquilo que é o jogo deles. E isso não é negociável. Obviamente, juntar a isso, os 43% de três pontos, faz com que não só sejamos uma equipa sólida atrás, como à frente, alegre. E isso acho que foi bastante importante e foi visível. Fizemos o nosso jogo, saímos muito bem ao nível das percentagens. Gostava, em determinada altura, que houvesse mais ritmo de passe, porque houve um momento em que concentrámo-nos na ideia da bola e tentámos pô-la demasiadas vezes no chão, mas o jogo perfeito, perfeito, também não existe. Há coisas para melhorar e vamos trabalhar nelas".
Islândia: "É a consciência de saber que estes 30 pontos nos dão um conforto a um jogo num sítio que é difícil. Jogar na Islândia é muito difícil. É um sítio muito particular e não é fácil chegar lá e fazer um bom jogo. Nós já tivemos essa experiência no passado. Portanto, a vantagem permite-nos jogar mais confiantes. Estamos de um pé do outro lado, mas não está feito”.
Márcia da Costa, jogadora de Portugal
Regresso: “Vir de lesão é uma coisa que é muito complicada, mas também eu estava num contexto certo. É um contexto em que nós temos tempo para trabalhar, temos o nosso preparador físico, temos a médica e tudo isso também ajuda a que esta volta seja com mais confiança e sem receios de ter vindo de lesão. Mas, acima de tudo, foi um jogo confortável que nós pusemos o confortável e é bom saber jogar a este nível e criar as nossas vantagens naquilo que nós merecemos, porque nós temos trabalhado imenso para estes momentos".
Emoção de jogar em casa: "Não estava à espera, mas realmente... Já aconteceu tanta coisa na minha carreira, já conquistei muita coisa, muita coisa que me fez bem, que me deu confiança. Mas, realmente, faltava-me isto. Faltava-me jogar um jogo pela seleção nacional numa casa que me diz muito. E no meu cesto. Então, tudo isso, na altura do hino, veio ao de cima, essas emoções e fico mesmo muito, muito, muito feliz porque foi um jogo feliz para a equipa. É quase como um momento importante para mim, mas que também vai sempre significar algo à minha equipa depois de um jogo que ganhámos por 30 pontos”.
Sara Guerreiro, jogadora de Portugal
Estreia quase perfeita: "É verdade. Estou muito feliz por estar aqui. Ainda não acredito que este dia aconteceu. Ainda estou a tentar apressar a adrenalina, mas só foi possível porque elas me receberam superbem e encontraram-me para lançar. Só estou grata de estar aqui, de ter esta oportunidade e quero voltar no futuro".
Triplo que faz chegar aos 100 pontos: "Nem sabia. Estava cheia de adrenalina. Só estava feliz por estar dentro do campo e estar a jogar com elas. E estou muito feliz. (...) Eu acho que se vem com vontade de trabalhar e se vem com vontade de aprender, elas recebem todas as jogadoras muito bem. Foi isso que aconteceu. Fácil foi porque foram impecáveis comigo. Receberam-me, ajudaram-me. Todas as dúvidas que eu tinha, não podia pedir melhor”.
