Recorde as incidências da partida
O Real Madrid voltou ao seu melhor na capital francesa, impulsionado por Facundo Campazzo (19 pontos), Mario Hezonja (17), Sergio Llull e... Edy Tavares (10 pontos, 14 ressaltos e três bloqueios). Monstruoso no jogo, o cabo-verdiano ajudou a sua equipa a limpar debaixo do cesto durante todo o jogo, antes de marcar vários cestos decisivos na segunda parte.
- Que forma de derrotar o líder da Euroliga, o Paris Basket, depois de três derrotas consecutivas na Europa. Como se sente em relação à equipa esta noite?
- Estou muito feliz e muito satisfeito com esta vitória. Penso que jogámos muito bem e estivemos muito bem organizados. Defendemos bem e penso que, defendendo assim, vamos conseguir mais vitórias na Europa. Até agora não temos sido muito bons na defesa? É aí que temos de prestar mais atenção nos próximos jogos, porque penso que não temos problemas no ataque. Só temos de defender melhor, e isso vai ajudar-nos muito no futuro.
- Fez um grande jogo, com 10 pontos e 14 ressaltos, importante tanto no ataque como na defesa. Está satisfeito com o teu contributo para a equipa?
- Estou muito feliz. Ri-me um pouco no final, porque muitas vezes falho alguns bloqueios que também faço. Na estatística, só tenho três... mas acho que hoje fiz cinco. Mas isso não importa. O mais importante é que ganhámos o jogo. Defendemos muito bem e é isso que conta para nós: defender como uma equipa e ajudarmo-nos uns aos outros quando cometemos um erro.
- Paco Redondo (treinador adjunto do Real Madrid) falou recentemente sobre a falta de continuidade do Real Madrid na Euroliga. Qual é, na sua opinião, a chave para voltar a ganhar da próxima vez?
- O que eu disse, a defesa. Se defendermos como uma equipa, podemos ganhar a qualquer um. Porque no ataque acho que não temos muitos problemas. Às vezes temos, mas é a defesa que nos vai dar mais confiança e ritmo para ganhar os jogos importantes.
"É uma honra estar aqui no Real Madrid"
- Depois de tantos anos em Espanha, como se sente no Real Madrid?
- Para mim é uma honra estar aqui no Real Madrid. Estou cá há sete anos. Para mim, é sempre um motivo de orgulho. Tento sempre dar o meu melhor para ajudar esta equipa a ganhar. Este ano estamos numa situação um pouco complicada, não conseguimos ganhar cinco ou seis jogos seguidos. Mas é assim que as coisas são e temos de aprender com elas. Sabemos que esta época não vai ser como pensámos, mas já que estamos aqui, vamos ter de lutar até ao fim.
- 2025 será um ano importante para vós. Claro que há a Liga Endesa, a Taça do Rei e a Euroliga, mas há também o AfroBasket. É altura de ganhar alguma coisa com Cabo Verde?
- Sempre, sempre (risos). Para nós, o AfroBasket é uma forma de mostrar os novos talentos que temos em Cabo Verde. É uma forma de fazer algo de bom num torneio que dura apenas duas semanas. Poder ganhar algo com Cabo Verde seria a melhor coisa do mundo. Posso dizer que seria melhor do que ganhar duas Euroligas seguidas. Sabemos que é difícil, mas fazer coisas muito positivas com Cabo Verde ajuda o basquetebol a desenvolver-se e pode trazer muito para o nosso país no futuro. Sabemos que Portugal ajuda-nos muito com os seus jogadores. Penso que temos mais em Portugal, mas na minha opinião temos de fazer mais para termos mais jogadores nascidos em Cabo Verde.
- Já ganharam três jogos seguidos na fase de qualificação (Uganda, Líbia e Nigéria). Se ganharem mais um jogo, devem qualificar-se....
- Vou lá estar para os apoiar e fazer tudo o que puder para garantir que ganham o jogo de que precisam para se qualificarem para o AfroBasket. Para mim, o AfroBasket será uma espécie de antes e depois. Há jogadores que estão na seleção nacional há muitos anos, por isso é uma oportunidade de ouro para fazer algo importante pelo nosso país.
- É um exemplo para os jovens de Cabo Verde, sabe disso?
- Tento sempre dar o meu melhor para os motivar e fazê-los pensar que se trabalharem, se derem o seu melhor, podem sair de Cabo Verde e ter um futuro melhor, onde possam pôr uma refeição na mesa da sua família. É essa a mensagem que tentamos transmitir aos jovens de Cabo Verde, que através do desporto podem ter a ambição de estudar, de querer fazer desporto, de poder ganhar a vida. Nem tudo depende da sorte, mas sim do trabalho árduo, e essa sorte pode estar mais perto do que nunca.