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Basquetebol: Declarações dos protagonistas após o Benfica–Esgueira (78-75)

Benfica venceu o Esgueira após 78-75, após prolongamento
Benfica venceu o Esgueira após 78-75, após prolongamentoSL Benfica

Declarações após o jogo Benfica-Esgueira (78-75, após prolongamento), o segundo da final do play-off do campeonato feminino de basquetebol, realizado este domingo no Pavilhão Fidelidade, em Lisboa.

Recorde as incidências da partida

Eugénio Rodrigues (treinador do Benfica):

“É sempre importante saborearmos os campeonatos como se fossem os primeiros. É sinal de que a chama está viva. Dado o equilíbrio que foi e a necessidade que tivemos de saber sofrer outra vez, sabe ainda melhor.

Este jogo é o espelho da nossa época, que reflete altos e baixos. Estivemos muito condicionados com lesões ao longo da época e este jogo, por razões diferentes, teve a ver com o plano emocional. Sentimos que tínhamos o jogo na mão e isso significava um título, mas não conseguimos saber gerir as emoções. O Esgueira, com todo o mérito, foi buscar o jogo e sentiu que não tinha nada a perder. O prolongamento voltou a ser o tal espelho da época, com capacidade de sofrimento, resiliência e de dar a volta às contrariedades.

Apesar de tudo, temos três títulos em cinco. As competições europeias até dezembro tornaram a nossa vida muito difícil, com um plantel curto e limitado do ponto de vista da rotação. Condicionou a nossa prestação no campeonato e essa irregularidade também se deve muito à necessidade de estarmos constantemente a reinventar a equipa para dar a volta. É muito difícil chegar ao fim da fase regular em primeiro e ser competitivo nas competições europeias”.

Marcy Gonçalves (capitã do Benfica):

“Foi um ano muito duro, de altos e baixos para a nossa equipa, e não podia acabar melhor. Merecíamos isto na nossa casa.

Foi uma época muito irregular devido às lesões e muitas outras coisas, mas a equipa soube sempre superar-se para ganhar o título.

O Benfica já não está a pensar nisto, já está a pensar no próximo. O Benfica tem de estar sempre no topo e aqui pensamos sempre no que está a seguir. Estamos muito contentes, sem dúvida, mas já a pensar na próxima época”.

André Janicas (treinador do Esgueira):

“Estas miúdas demonstraram exatamente o que demonstraram ao longo da época: um grande coração, crença e nunca desistir. Sabíamos que éramos capazes de ombrear com o Benfica. Aquela recuperação no final do último quarto, quando se calhar já muita gente achava que era impossível, nós mostrámos que não há impossíveis com esta equipa. Infelizmente, ter essa reação, conseguir obrigar a um prolongamento e, depois, não conseguir ganhar, custa muito.

Entrámos um bocado receosos. O nosso jogo é muito vertical e rápido, mas hoje não estávamos a viver bem com isso e não estávamos a lançar de três pontos como costumamos. Corrigimos algumas coisas ao intervalo, principalmente defensivas. A seguir, é uma coisa que não se explica. Quem estava de fora, achou que já estava resolvido, mas nós continuámos a acreditar e fomos premiados por isso. O Benfica sentia que estava resolvido e obrigámos a jogar um prolongamento.

Houve dois ou três pormenores que, se calhar, poderiam ter sido ajuizados de forma diferente, mas não gosto de falar da arbitragem. Toda a gente erra, mas há decisões importantes de jogo que podiam ter dado outro desfecho. Acho que nós merecíamos ir para uma negra, mas o desporto é sempre justo e acabou por vencer a equipa que mostrou mais competência nesta final.

A nossa mentalidade sempre foi tentarmos fazer melhor do que na época passada. Acho que fizemos um excelente trabalho. Não é uma época histórica, pois para isso tínhamos de ser campeões, mas é uma grande época. Conseguimos ganhar a Taça Federação e ser primeiros na fase regular, mas isso não nos garante o campeonato. O que esperamos para o próximo ano é fazer melhor, e isso é ser campeão”.