Em outubro passado, os Mets 92 de Victor Wembanyama foram disputar jogos de exibição nos Estados Unidos para dar a conhecer o futuro número 1 do draft. O que não sabíamos na altura era que "Wemby" não seria o único nas prateleiras dos clubes da NBA.
O nome de Bilal Coulibaly era comum aos adeptos do basquetebol puro, àqueles que assistem às competições juvenis. Anunciado na segunda ronda, está agora a caminho de uma fenomenal subida na classificação. Ao ponto de surpreender e aparecer no top 10?
Não pára de subir
Em cada draft, há pelo menos uma escolha mistério. Uma vez que os europeus estão na moda na NBA, todos querem uma parte da ação. E essa escolha mistério pode ser Bilal Coulibaly. O muito sério Jonathan Givony classifica-o atualmente em 14.º lugar no seu mock draft, o que o colocaria nos Pelicans. Ele faz uma comparação ousada com um dos jogadores mais badalados desta temporada, Mikal Bridges.
Já Sam Vecenie, do The Athletic, coloca-o dois lugares acima, para ir para os Thunder, e deixa-lhe muitos comentários elogiosos: "Coulibaly é uma das mais interessantes misturas de imenso potencial e talento em bruto e não refinado a entrar no draft da NBA desde há muito tempo. (...) Não é exagero dizer que os seus atributos físicos podem permitir-lhe tornar-se um jogador All-Defense".
Durante anos, os OKC têm vindo a reconstruir-se e a acrescentar jovens peças adequadas ao seu jogo. E como não há fumo sem fogo, Sam Presti, diretor-geral dos Thunder, foi ver pessoalmente um dos jogos da final da Liga que os Mets perderam com o Mónaco. No entanto, ele pode não estar disponível nessa altura. Há já algumas semanas que circulam rumores de que uma equipa do top 10 lhe fez uma promessa de recrutamento.
E essa equipa, segundo o The Ringer, poderá ser os Jazz. A equipa de Utah terá a nona escolha deste draft, é uma equipa em reconstrução e o jogador poderá jogar sob a orientação de Will Hardy. Credível ou não? Seja como for, o jogador foi convidado para a Sala Verde - o local reservado aos jogadores que se espera que sejam seleccionados, ou seja, entre os 14 primeiros.
Oportunidade aproveitada
Como é que chegámos até aqui? Há apenas alguns meses, era impensável que Coulibaly fosse selecionado na primeira ronda. Muitas pessoas previam-no entre o 31.º e o 40.º lugar. E nem sequer havia a certeza de que ele passaria no sorteio. Mas depois veio o hype de Wembanyama. No início da época, a NBA comprou os direitos do futuro n.º 1.
Como resultado, Bilal Coulibaly ganhou exposição gratuita nos Estados Unidos. E, melhor ainda, fez exatamente o que precisava de fazer para ser notado: ganhou destaque. Visto no verão passado no Euro sub-18, que foi emocionante para si, mas dececionante para os bleuets,foi pouco utilizado no início da temporada por Vincent Collet.
Mas assim que teve a sua oportunidade, contribuiu em todos os domínios. Muito bom a defender e excelente intercetador, era cada vez mais solicitado para missões no campo do adversário. Mas o que mais impressionou os observadores foram as suas qualidades físicas.
Bilal Coulibaly tem o que se costuma chamar de "grande motor". Nunca se acomoda durante o jogo, está sempre ativo e contribui em muitas áreas do jogo. E os americanos adoram perfis assim. Tanto mais que já não são avessos a recrutar jovens europeus, dado o seu historial de sucesso.
É claro que ainda tem de melhorar alguns aspetos, nomeadamente a pontaria, que, embora não seja catastrófica, tem ainda muito a melhorar. Mas quanto mais os anos passam, mais os clubes querem perfis especiais. Bilal Coulibaly tem uma capacidade polivalente que lhe é claramente favorável. Ainda não se sabe qual será o seu destino, mas com o treinador certo e a direção certa, não há dúvida de que irá longe na melhor Liga do mundo.