Enquanto a Federação Internacional (FIBA), a própria Euroliga e a NBA continuam a negociar na tentativa de chegar a um entendimento, o diretor-geral da ainda principal competição europeia de clubes fez ouvir a sua opinião numa entrevista ao El País.
"Da forma como está a ser apresentado, são más notícias. Não precisamos de mais uma competição. Já existem quatro, esta seria a quinta. Com a abordagem certa, poderiam ajudar. Mas se continuar assim, a NBA só irá prejudicar o basquetebol europeu", afirmou o lituano ao jornal espanhol.
A NBA pretende lançar um projeto europeu com 2027 como meta. No entanto, apesar de o diálogo continuar, acrescenta o responsável da Euroliga, as negociações estão bloqueadas. As três partes reuniram-se recentemente na Suíça, mas sem qualquer avanço.
Conversas frustrantes
"Continuamos a dialogar com a NBA. Vamos voltar a reunir-nos e conversar", garantiu, "mas há muita frustração da nossa parte porque, independentemente da proposta que apresentemos, não parece que estejam dispostos a dar qualquer passo em frente".
Desde que a liga norte-americana anunciou em março passado que iria "explorar" a criação de uma competição na Europa, a Euroliga viu este projeto como uma "ameaça" ao basquetebol do continente, antes de decidir abrir-se "ao diálogo". "Apesar de a NBA afirmar que estamos a conversar, não há grandes avanços porque eles seguem o seu próprio plano. A NBA diz que vai começar com a sua liga, fala de cidades, de equipas... Da nossa parte, esse não é o caminho certo", considerou o dirigente da Euroliga.
"Estamos longe de alcançar qualquer tipo de acordo, por isso estamos focados em nós próprios, em crescer. Não estamos à espera que eles tomem alguma iniciativa. A Euroliga tem estado muito bem ao longo de 26 anos", sublinhou.
Questionado se a coexistência de duas ligas concorrentes na Europa seria o pior cenário, respondeu que "sim, e não só isso. Trata-se da história que construímos. Não podemos esquecer os grandes mercados do basquetebol, as grandes rivalidades. Temos os jogos mais importantes que se podem viver em muitos países. Outra liga será difícil de acompanhar e de compreender para os adeptos", concluiu.
