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Zaccharie Risacher, o rookie francês que se "adaptou bem" à NBA e sonha com o Europeu

Zaccharie Risacher no fim de semana passado
Zaccharie Risacher no fim de semana passadoKEVIN C. COX/Getty Images via AFP
O francês Zaccharie Risacher, número 1 do último draft, adaptou-se bem à sua primeira época na NBA, que terminou esta madrugada com a derrota dos Atlanta Hawks no play-off contra os Miami Heat.

O rótulo de nº 1 do draft pode ser pesado, com antecessores como LeBron James, Anthony Davis e o seu compatriota Victor Wembanyama um ano à sua frente.

Risacher, que fez 20 anos no início de abril, não foi apresentado como um fenómeno destinado a dominar na sua primeira época na NBA, mas sim como um excelente jogador em formação que precisava de desenvolver as suas muitas qualidades.

"É incrível, ele adaptou-se muito bem à NBA", disse Victor Wembanyama na semana passada. "Ele tem um papel muito interessante numa equipa que é competitiva, mas não força e joga sem desperdício, especialmente para um rookie. Isso deixa-me ainda mais confiante na equipa francesa para o futuro", afirmou Wemby.

Ao contrário do jogador dos Spurs, o ala dos Hawks não se tornou a opção número um da sua equipa. Apesar de ter sido titular em quase todas as partidas, Risacher foi pouco utilizado nos últimos jogos, com médias de 12,6 pontos, 3,6 ressaltos e 1,2 assistência.

Rookie do ano?

O ex-jogador do Bourg-en-Bresse foi por vezes flamejante, como aconteceu na semana passada em Brooklyn, quando marcou 38 pontos (15 em 20), o seu recorde na América do Norte, mas também foi muitas vezes muito discreto, como aconteceu no primeiro jogo contra Orlando (7 pontos e três ressaltos) e no segundo contra Miami (3 pontos em 1/11).

"É muito fixe, é o meu primeiro ano na NBA, estou a tentar dar o meu melhor para ajudar a minha equipa e às vezes consigo ser muito bom", comentou depois dos seus 38 pontos. As suas exibições renderam ao francês o título de rookie do mês da Conferência Este em fevereiro e março.

Logicamente, é um dos favoritos ao prêmio de "rookie do ano", junto com o seu compatriota Alexandre Sarr (Washington Wizards) e Stephon Castle (San Antonio Spurs), para suceder Wembanyama.

A principal novidade da sua época foi o facto de Risacher ter sido inicialmente um pouco desajeitado nos lançamentos de três pontos, antes de corrigir isso ao longo do ano.

"No início da temporada, ele não acertava os lançamentos, embora todo o processo fosse bom. Mas com um jogador que tem tanto tato e a inteligência de se posicionar bem no campo, a sua eficácia tinha de voltar", diz o analista francês Azad Rosay, que contribui para o podcast Dreamcast Show no YouTube.

"Fantástico sem bola"

"Ele é um jogador fantástico sem a bola", disse o analista à AFP sobre o jovem basquetebolista, que foi apresentado ao basquetebol pelo seu pai Stéphane, que foi vice-campeão olímpico com a França em 2000.

"Este tipo de jogadores, quanto mais estiverem ao lado de bons jogadores, melhores serão. Só precisam de ser eles próprios e deixar que os outros beneficiem dos seus movimentos. É interessante vê-lo jogar, porque tem sempre as mãos prontas para receber a bola", acrescenta Azad Rosay.

"É um jogador brilhante, que tem as ferramentas físicas para deixar transparecer a sua inteligência. As equipas vão lutar para o contratar porque são os jogadores que podem fazer a diferença, como Derrick White em Boston", acrescenta.

Para Rosay, Risacher pode ser "uma ameaça" no ataque perto do cesto após uma condução ou um "corte" (uma corrida pelo campo atrás dos defesas) ou com os seus lançamentos de longa distância.

"E, defensivamente, tem inteligência para jogar bem, porque sabe colocar-se em posição e atrapalha com a sua envergadura", diz a referência de 2,03m da NBA.

Em entrevista ao L'Équipe em fevereiro, o rookie dos Hawks expressou os seu desejo  de "participar no Euro" com a seleção francesa, de 27 de agosto a 14 de setembro, embora atualmente tenha apenas uma convocatória, em 2024.