“É o culminar de muito trabalho e é um sonho concretizado”, resumiu, em declarações à Lusa, Rui Lacerda, bombeiro, de 33 anos, que já tinha saboreado a medalha de ouro num Mundial, porém nos escalões jovens.
A dupla limiana cumpriu os 21,8 quilómetros do trajeto em Gyor em 1:35.45,63 horas, superando, na luta pelo pódio, os espanhóis Jaime Duro e Manuel Garrido, por 49 segundos, e os polacos Mateusz Zuchora e Mateusz Borgel, por 1.47 minutos.
“Foi muito bom ouvir ‘A Portuguesa’. Na Hungria, no Japão ou em qualquer lado, ia ser igualmente único e especial”, acrescentou, comentando a sensação de fazer tocar o hino português no país que domina a canoagem internacional.
Lacerda entende que o segredo da dupla é o “muito sacrifício nos treinos”, nos quais tanto trabalham em equipa como são rivais, de forma a superarem-se e corrigir detalhes necessários.
“Acho que temos um ritmo médio de prova muito bom, as nossas pagaiadas estão a encaixar cada vez melhor. E, com a nossa técnica, conseguimos, mesmo cansados, manter o barco na velocidade certa para nos levar ao ouro”, completou.
Já Ricardo Coelho assume que este primeiro título mundial “é muito especial”, realçando o facto de ter “ainda mais significado” por ser alcançado em parceria com o seu amigo.
“Era também um sonho que já tinha há algum tempo. Após estes últimos anos de trabalho foi a cereja no topo do bolo”, admitiu.
O engenheiro eletrónico, de 26 anos, reconheceu que “nem nos melhores sonhos” imaginou que terminaria a época como campeão da Europa e do mundo, mas agora que o conseguiu a ideia é “repetir no futuro”.
Portugal concluiu os Mundiais de maratonas no quarto lugar, com três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze.
Além do ouro de Rui Lacerda e Ricardo Coelho, Fernando Pimenta venceu a prova curta de K1, na qual José Ramalho foi bronze, e, juntos, levaram o K2 ao topo da classificação: o júnior Leonardo Barbosa foi prata em C1.