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Canoístas campeões mundiais felizes no regresso a Portugal

Fernando Pimenta da equipa Nacional de Canoagem à chegada após terem competido em Gyor
Fernando Pimenta da equipa Nacional de Canoagem à chegada após terem competido em GyorFERNANDO VELUDO/LUSA
Os canoístas Fernando Pimenta, José Ramalho, Rui Lacerda e Ricardo Coelho, que conseguiram as três medalhas de ouro portuguesas nos mundiais de maratonas da Hungria, mostraram-se felizes pelas conquistas no regresso a Portugal.

A seleção portuguesa de canoagem terminou em quarto lugar os mundiais que se disputaram em Gyor, entre quinta-feira e domingo, tendo sido recebida em clima de grande emoção por algumas dezenas de fãs, que acorreram ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia.

Ao lado de José Ramalho, Fernando Pimenta, que também havia conseguido o ouro na prova curta de K1, conquistou o título mundial em K2 pela quarta vez, com a dupla a ficar mais perto de um 'penta' que nunca foi antes conseguido.

"O trajeto que nós tivemos em Gyor era duro. Acabava por ser prejudicial para mim, porque tinha bastantes voltas e portagens. Mas tentei adaptar-me, focar-me no que conseguia fazer e as sensações não podiam ser melhores com dois títulos mundiais", analisou o duplo medalhado olímpico, à comunicação social presente.

Também o balanço geral da época é muito positivo para Pimenta, na qual o canoísta, de 36 anos, terminou com oito medalhas, seis delas de ouro, reagindo da melhor forma ao desaire nos Mundiais de velocidade em Milão, onde falhou o pódio em K1 500 e 5.000 metros.

"(As perspetivas) Sem dúvida que têm que ser boas. Foi um desafio bastante grande, conseguir conjugar os campeonatos de velocidade e de maratona é sempre um desafio ainda maior, porque a maioria dos atletas especializa-se numa das vertentes. E, depois de ter saído desapontado com a minha performance em Milão, voltei ao trabalho afincadamente para conquistar os títulos mundiais, sabia que tinha essas condições", reiterou.

José Ramalho, já com 43 anos, também conseguiu o bronze na prova curta de K1 que Pimenta venceu, e disse ter realizado um sonho, garantindo que se sente muito bem fisicamente para continuar a alcançar os melhores resultados.

"Em 2022, iniciámos esta nova etapa da nossa carreira desportiva e percebemos desde cedo que isto tinha futuro (K2 com Fernando Pimenta). Dispusemo-nos a este desafio e estamos aqui para continuar, apesar da nossa idade avançada para o que é normal em atletas. A verdade é que continuamos a responder bem e o nosso corpo reage bem ao treino. Quanto ao penta, adoraria voltar a conquistar o título mundial para passarmos a ser o K2 mais titulado do mundo", assumiu.

Por sua vez, Rui Lacerda e Ricardo Coelho conquistaram pela primeira vez o título mundial em C2 maratonas, com os dois limianos a fecharem da melhor forma uma temporada em que também haviam sido campeões europeus, em Ponte de Lima.

"Depois de sermos campeões europeus, sabíamos que era possível. As tripulações presentes eram muito fortes, mas acreditámos sempre. A partir daqui, tem de continuar tudo igual, o trabalho torna-se mais exigente para conseguir manter os resultados, porque agora os nossos adversários já sabem o que nós valemos e vão esforçar-se mais", explicou Rui Lacerda à Lusa.

Ricardo Coelho, que também sublinhou a necessidade de manter o nível de trabalho, já aponta a manter os mesmos resultados nos próximos anos, de modo a voltar a ter as mesmas sensações da primeira prova mundial conquistada.

"É indescritível, um arrepio que sobe pelo corpo no momento em que percebi que íamos ser campeões. Esta é uma tripulação que tem vindo a ser trabalhada ao longo dos anos. Conquistar isto com um amigo é especial. Era um grande sonho sermos campeões europeus e mundiais na mesma época, um desafio possível, mas muito difícil. Tivemos os adversários muito perto, mas foi o nosso dia", concluiu à Lusa.

Nos juniores, Leonardo Barbosa conquistou a prata em C1. Portugal terminou os mundiais de maratonas no quarto lugar, com três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze.