Sinner teve dois testes de doping positivos em março para a presença de um esteroide anabolizante. Só tivemos conhecimento dos resultados em agosto, pouco antes do início do Open dos Estados Unidos. Enquanto a Agência Internacional para a Integridade do Ténis (ITIA) não lhe aplicou qualquer proibição e o italiano foi despojado de pontos e de dinheiro apenas pelo seu desempenho em Indian Wells, a Agência Mundial Antidopagem (WADA) recorreu e está a tentar obter uma punição do Tribunal Arbitral do Desporto (CAS).
Volandri, que também teve de lidar com um caso de doping durante a sua carreira profissional, não concorda com o recurso da agência: "Tendo em conta a sua honestidade e as provas irrefutáveis que forneceu, nem quero pensar num possível castigo para Jannik. Uma suspensão seria a maior injustiça da história do ténis".
O antigo jogador profissional e atual capitão de Itália comentou o caso, que só terá um veredito final em fevereiro, pouco depois de os seus comandados terem reconquistado a famosa "saladeira" pela primeira vez no espaço de um ano. O pilar da seleção era precisamente o líder do ranking ATP.
"Fiquei desiludido ao saber que a WADA decidiu recorrer do resultado da minha audiência com a ITIA. Houve três audiências separadas e várias investigações ao longo dos últimos meses e durante todo este processo. Tudo culminou com uma decisão de três juízes de alto nível que examinaram todos os pormenores e me consideraram inocente", declarou Sinner numa entrevista.
Ele não corre o risco de perder mais pontos ou dinheiro. Mas se a WADA for bem sucedida no seu recurso ao CAS, ele não poderá jogar durante pelo menos um ano e perderá o seu estatuto de número um do mundo. Volandri já passou por uma situação de doping e, por coincidência, provou-o precisamente durante o torneio Masters de Indian Wells, em março. Estávamos no ano de 2008 e a substância proibida era o salbutamol. Na altura, estava alegadamente a trabalhar com o preparador físico Umberto Ferrara, um dos principais implicados no caso Sinnera.
No entanto, o castigo foi muito pior do que o de Sinnera. Volandri tinha uma isenção médica da ITF para a asma para usar esta substância proibida, mas a federação descobriu que ele estava a tomar mais salbutamol do que o necessário. Por conseguinte, exigiu a retirada dos pontos e do dinheiro relativos aos últimos 10 meses (desde a data do teste positivo até ao início da suspensão) e uma proibição até 14 de abril de 2009.
No entanto, o antigo n.º 25 do mundo conseguiu interpor recurso junto do CAS em Lausanne, em março, e recuperou os seus pontos e dinheiro. No final, apenas lhe foram retirados pontos pelo seu desempenho em Indian Wells. Volandri quis então processar a própria ATP, que decidiu o caso na altura. Volandri regressou aos courts em abril de 2009 e nunca mais conseguiu entrar no top 50 do ranking. Só triunfou no circuito em Sankt Pölten, na Áustria, em 2004, e em casa, em Palermo, em 2006.