O Irão chega ao Mundial-2022 com um contexto sociopolítico delicado. A morte da jovem Mahsa Amini, uma curda de 22 anos que foi detida pela polícia da moralidade por alegado uso errado do véu islâmico, despoletou uma série de protestos que têm abalado o país, com especial enfoque na capital Teerão.
O futebol não se colocou à parte e já vários jogadores vieram a público demonstrar o apoio com quem está na rua através de publicações nas redes sociais, pulseiras pretas durante os jogos ou a recusa em cantar o hino nacional. Mehdi Taremi ou Sardar Azmoun foram alguns dos atletas mais vocais.
A quatro dias da entrada em cena no Mundial-2022, diante de Inglaterra (21 de novembro), o capitão Alireza Jahanbakhsh tentou passar uma imagem de tranquilidade entre os comandados de Carlos Queiroz.
“Estamos aqui, o nosso dever jogar futebol. Desde que sou pequeno que sonhava jogar pela seleção e acho que é o mesmo para todos os meus colegas. Estamos aqui para respeitar esta camisola e trazer alegria ao povo iraniano. A quatro dias de um jogo muito importante, o nosso foco tem de ser total no Mundial. A questão de celebrar os golos será sempre uma decisão pessoal de cada jogador”, atirou em conferência de imprensa, explicando que a decisão de não cantar o hino será tomada pela equipa de forma coletiva.
Recorde-se que já na terça-feira, Carlos Queiroz tinha dito que os jogadores têm o direito a expressar-se, desde que “no espírito do jogo e das leis da FIFA”.