A estreia do Irão no Campeonato do Mundo de 2022 ficou marcada por um debacle diante de Inglaterra. Após a derrota (2-6), Carlos Queiroz falou aos jornalistas e enalteceu o orgulho nos jogadores, apontando a tensão sociopolítica em que o país está envolvido.
“Existem problemas sérios que rodeiam os meus jogadores e não estão totalmente concentrados. São humanos, com filhos e com um sonho que é jogar pelo seu país, pelo seu povo e desfrutar. Estou muito orgulhoso que se tenham levando e marcado dois golos à Inglaterra nas circunstâncias em que aconteceu (o primeiro surgiu quando o marcador já estava nos 4-0 a favor dos ingleses). Foi um bom treino ao mais alto nível”, atirou, frisando que mantém a esperança intacta: “Está tudo em aberto e ainda podemos conseguir os pontos necessários para a qualificação. Estaremos mais preparados para defrontar o País de Gales”.
A exibição, contudo, acabou por atrair algumas críticas, para as quais o treinador português teve uma resposta cáustica.
“Há alguns anos éramos apoiados por todo o mundo, agora não. Não entendo. Os que não nos querem apoiar, que fiquem em casa. Não precisamos de gente que só nos apoia quando ganhamos”, atirou.
Recorde-se que o Irão encontra-se mergulhado em vários protestos que irromperam em setembro após a morte de Mahsa Amini, uma jovem curda de 22 anos que foi detida pela polícia da moralidade devido ao alegado uso incorreto do hijab. Desde então vários atletas se colocaram ao lado dos manifestantes, entre os quais Mehdi Taremi (marcou um golo nesta partida) e Sardar Azmoun.