A equipa de Carlos Queiroz tem sido arrastada para a crise política que se vive no seu país, pressionada por manifestantes que procuram desafiar a legitimidade dos governantes iranianos para os secundar publicamente e condenar uma repressão mortífera do Estado.
Na conferência de imprensa antes do jogo do grupo B da sua equipa na terça-feira contra os Estados Unidos, Queiroz foi questionado sobre a federação norte-americana exibir temporariamente a bandeira nacional do Irão nos meios de comunicação social sem o emblema da República Islâmica, em solidariedade com o movimento de protesto.
"Ainda acredito que posso ganhar partidas com esses jogos mentais. Os acontecimentos em torno deste Campeonato do Mundo espero que sejam uma lição para todos nós no futuro e aprendamos que a nossa missão é criar entretenimento e fazer as pessoas felizes durante 90 minutos", disse o treinador.
Queiroz disse ainda que há um tempo e um lugar certos para usar o futebol para causar impacto no mundo e recebeu aplausos de jornalistas quando falou de "momentos mágicos" e de gestos simples como dar bolas de futebol a crianças empobrecidas em África. "Temos solidariedade com causas humanitárias em todo o mundo", afirmou o treinador do Irão.
Numa referência pouco camuflada aos Estados Unidos, acrescentou: "Fala-se de direitos humanos, racismo, crianças a morrer nas escolas com tiroteios, temos solidariedade para com todas essas causas. Mas aqui a nossa missão é trazer sorrisos a todas as pessoas durante 90 minutos".