Le Graet tinha desdenhado, numa entrevista a uma rádio francesa, que "nem sequer teria atendido a a chamada" quando lhe perguntaram se Zidane o tinha contactado para manifestar interesse em assumir o cargo de selecionador, ocupado por Didier Deschamps.
Isto suscitou críticas do país e da estrela do Paris Saint-Germain Kylian Mbappé que apelidou os comentários de Le Graet como "desrespeitosos".
A ministra do Desporto francesa, Amelie Oudea-Castera, também entrou na discussão, exigindo um pedido de desculpas de Le Graet pelos seus comentários, que demonstraram “uma vergonhosa falta de respeito”.
O pedido de desculpas do chefe da Federação Francesa de Futebol, de 81 anos de idade, chegou segunda-feira:
"Gostaria de pedir desculpa por estas observações, que não refletem absolutamente a minha opinião, nem a minha consideração pelo jogador que foi e pelo treinador que se tornou. Dei uma entrevista à RMC (estação de rádio francesa) que não devia ter dado porque procuravam controvérsia ao oporem Didier (Deschamps) e Zinedine Zidane, dois grandes do futebol francês".
"Admito que fiz algumas observações desajeitadas que criaram um mal-entendido".
O contrato de Deschamps expirou após o Campeonato do Mundo no Catar, onde a campeã em título França perdeu com a Argentina numa final emocionante que só foi decidida nas grandes penalidades.
No entanto, Deschamps assinou no sábado um novo acordo até ao Campeonato do Mundo de 2026.
Questionado na entrevista à RMC se Zidane, que ganhou o Campeonato do Mundo de 1998 como jogador ao lado de Deschamps e foi vice-campeão em 2006, o tinha contactado nos últimos dias, Le Graet descartou o antigo treinador do Real Madrid como potencial candidato.
"Eu nem sequer teria atendido a sua chamada", disse Le Graet."Para lhe dizer o quê? "Olá, senhor. Não se preocupe. Procure outro clube. Acabei de assinar contrato com Didier"".
Le Graet também reagiu com ligeireza aos relatos de um possível interesse de Zidane em treinar a seleção brasileira.
"Ficaria surpreendido se fosse para lá. O que ele fizer só depende dele. Não tenho nada a ver com isso. Nunca me encontrei com ele e nunca considerámos separar-nos de Didier Deschamps. Ele pode ir para onde quiser, para um clube. Ele teria tantos quantos quisesse na Europa, um grande clube. Mas uma seleção nacional dificilmente é credível, na minha opinião", disse.
Zidane deixou o Real Madrid no ano passado, tendo conquistado dois títulos da Liga espanhola e três títulos consecutivos da Liga dos Campeões, como treinador do clube espanhol.
