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Ciclismo: Antigo campeão Luis Herrera implicado em homicídios

Luis Herrera em 1987
Luis Herrera em 1987EL TIEMPO / EL TIEMPO / AFP / Profimedia
O antigo campeão colombiano de ciclismo Luis "Lucho" Herrera foi acusado por paramilitares de assassinar camponeses para se apoderar das suas terras, uma acusação que o vencedor da Volta a Espanha de 1987 nega.

O antigo trepador de 63 anos e três vezes vencedor de etapas da Volta a França foi acusado por dois antigos paramilitares de ter conspirado com eles em 2002 para matar quatro vizinhos de uma das suas quintas no centro do país, segundo revelações do jornal Noticias UNO.

De acordo com este testemunho, Herrera afirmou que os agricultores eram membros de guerrilhas de esquerda que, na altura, estavam envolvidos numa batalha sangrenta com grupos paramilitares. Os antigos paramilitares, condenados pela justiça, acrescentaram que o objetivo do antigo ciclista era apoderar-se das terras das vítimas.

Uma fonte do Ministério Público disse à AFP que os investigadores começariam a procurar os presumíveis corpos esta semana. Herrera não está, no entanto, oficialmente envolvido na investigação.

O ex-campeão denunciou uma montagem destinada a"difamá-lo". "Nunca pertenci a grupos criminosos e nunca procurei fazer mal a ninguém", declarou em comunicado, acrescentando que estava"à disposição" do Ministério Público"para prestar todos os esclarecimentos necessários".

Herrera foi raptado durante várias horas em 2000 pela guerrilha das Farc, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, que pretendia pedir um resgate à família do ciclista. As Farc depuseram as armas em 2017.

Herrera, apelidado de "o jardineiro de Fusagasuga", é o primeiro ciclista colombiano a ter o seu nome inscrito na lista de prémios de uma grande Volta. Ganhou também várias etapas da Volta à França e do Giro. As suas façanhas inspiraram outros grandes nomes do ciclismo colombiano, como Nairo Quintana, vencedor do Giro de 2014 e da Vuelta de 2016, que o considera um"herói", e Egan Bernal, vencedor da Volta a França em 2019.