Mais

Mundiais de Ciclismo: Tadej Pogacar favorito na dura montanha do Ruanda

Tadej Pogacar em ação
Tadej Pogacar em açãoMATHIEU BELANGER / AFP
O ciclista esloveno Tadej Pogacar é o principal candidato ao título mundial de fundo, que conquistou em 2024, agora na estreia da competição em África, num Ruanda com grande exigência dos percursos montanhosos, com assimetrias acentuadas.

O vencedor da Volta a França deste ano, bem como em 2020, 2021 e 2024, e que no domingo completa 27 anos, tem um percurso de invulgar sucesso na modalidade e, também por isso, surge com favoritismo acrescido em Kigali, até porque na equipa eslovena contará com a ajuda, entre outros, do experiente Primoz Roglic, igualmente pretendente ao pódio.

A capacidade de explosão em subida e consistência em provas de um dia fazem de Pogi um ciclista temível, ainda assim não imbatível, contando com um conjunto de adversários de alto gabarito capazes de contrariar o seu estatuto.

O belga Remco Evenepoel, duplo campeão olímpico e campeão mundial de fundo em 2022 em Wollongong, Austrália, ou o espanhol Juan Ayuso são opositores de respeito no asfalto do Ruanda, que em 28 de setembro vai testemunhar quem será o novo dono da camisola arco-íris no fim do acidentado percurso de 267,5 quilómetros.

Evenepoel surge sobretudo focado no contrarrelógio individual, no qual procura o terceiro título consecutivo, mas é sempre um nome a ter em conta para os primeiros lugares na estrada, enquanto Ayuso, poderoso na montanha, tem o apoio de uma equipa forte que inclui Marc Soler.

O equatoriano Richard Carapaz, o colombiano Egan Bernal, o francês Julian Alaphilippe, o irlandês Ben Healy, o italiano Giulio Ciccone ou os britânicos Thomas Pidcock, terceiro na Vuelta, e Oscar Onley, quarto no Tour, são outros dos favoritos.

O dinamarquês Jonas Vingegaard confirmou o favoritismo na recente Volta a Espanha, que venceu, seguido de João Almeida, contudo já havia anunciado a sua ausência dos Mundiais, surgindo como a maior baixa do pelotão internacional, juntamente com o português, poupado para os Europeus.

Já no domingo, Pogacar deve ser o principal opositor de Evenepoel no duríssimo contrarrelógio individual de 40,6 quilómetros, já que o belga é bicampeão mundial da especialidade, depois dos êxitos de 2023 em Glasgow e de 2024 em Zurique.

A montanha vai ser o fator decisivo na estrada, pois a 98.ª edição dos Mundiais é bem desafiadora, com altimetrias extremas e condições de altitude únicas, claramente favoráveis aos escaladores puros, testando os seus limites.

As elites masculinas vão percorrer 267,5 quilómetros com um desnível acumulado de 5.475 metros – o maior desde Sallanches (1980) –, enquanto as femininas terão 164,6 quilómetros pela frente e 3.350 metros de subida, um recorde na era profissional.

Além disso, a altitude da capital ruandesa, de 1.567 metros, bem como a inclusão de ascensões técnicas, como o "Mur de Kigali" (Muro de Kigali), vão exigir especial adaptação fisiológica e tática.

No setor feminino, a gaulesa Pauline Ferrand-Prévot também surge como favorita, já que a prova acidentada favorece o seu estilo neste regresso ao ciclismo de estrada, pautado pelo triunfo na Volta a França feminino deste ano.

Ainda assim, os Países Baixos apresentam a formação teoricamente mais capaz, com Demi Vollering, que era a favorita a vencer o Tour, a ser acompanhada, entre outras, de Marianne Vos e Anna van der Breggen.

Incógnita será o desempenho dos ciclistas africanos, nomeadamente os ruandeses, que podem surpreender face à sua adaptação à altitude e perfeito conhecimento do terreno.

Os primeiros Mundiais de ciclismo em solo africano têm estado sob constante polémica, até porque o conflito armado na região, na fronteira com a República Democrática do Congo, coloca desafios de segurança que não tranquilizam as delegações.

Perspetiva-se um pelotão menos numeroso devido às complicadas questões logísticas, bem como pelos elevados custos de deslocação e proximidade dos Europeus, a começar em 01 de outubro, em França.

Programa dos Mundiais de estrada:

- Domingo, 21 set:

Contrarrelógio individual elite feminino, 31,2 quilómetros.

Contrarrelógio individual elite masculino, 40,6 quilómetros.

- Segunda-feira, 22 set:

Contrarrelógio individual feminino sub-23, 22,6 quilómetros.

Contrarrelógio individual masculino sub-23, 31,2 quilómetros.

- Terça-feira, 23 set:

Contrarrelógio individual feminino júnior, 18,3 quilómetros.

Contrarrelógio individual masculino júnior, 22,6 quilómetros.

- Quarta-feira, 24 set:

Contrarrelógio de estafestas mistas, 42,4 quilómetros.

- Quinta-feira, 25 set:

Prova de estrada feminina sub-23, 119,3 quilómetros.

- Sexta-feira, 26 set:

Prova de estrada masculina júnior, 119,3 quilómetros.

Prova de estada masculina sub-23, 164,6 quilómetros.

- Sábado, 27 set:

Prova de estada feminina júnior, 74,6 quilómetros.

Prova de estrada feminina Elite, 164,6 quilómetros.

- Domingo, 28 set:

Prova de estrada masculina elite, 267,5 quilómetros.